quinta-feira, 5 de abril de 2012

Comércio de peixe no Centro de Fortaleza causa transtornos à população

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Escamas e muita água ficam espalhadas pela rua, além dos restos dos peixes
FOTO: VIVIANE PINHEIRO
Engarrafamentos, calçadas ocupadas e falta de higiene no tratamento do pescado são alguns problemas
Ao chegar na Rua Tereza Cristina, no Centro, próximo ao Mercado São Sebastião, é fácil avistar vários problemas. Os caminhões que descarregam os peixes estacionam nos dois lados da via, conhecida pelo grande comércio de pescado. Como as pessoas têm muita dificuldade de usar a calçada, que está tomada por vendedores, elas são obrigadas a andar no meio da rua. Tudo isso acaba dificultando bastante o trânsito no lugar. Há ainda a falta de higiene no tratamento dos alimentos.

Com a proximidade da Semana Santa, o fluxo de veículos, pedestres e comerciantes aumenta, causando mais transtornos no local e no seu entorno.

Os pescados ficam expostos para a população nas calçadas, sem nenhum tipo de proteção. Com isso, o cheiro forte pode ser sentido de longe. O corte é feito em mesas de madeira sem qualquer limpeza. Pela calçada e asfalto, é possível encontrar muita água e escamas do animal. Os restos dos peixes ficam jogados pelos cantos.

Trânsito confuso

O aposentado Marcelo Farias estava comprando peixe para degustar com a sua família na Semana Santa, mas reclamou muito da situação do tráfego no local. "Para chegar aqui, foi uma dificuldade. O trânsito ruim faz com que a gente encontre engarrafamento em outras ruas próximas", afirma.

Ele comentou que a grande quantidade de pessoas no meio da rua também dificulta o fluxo de veículos. "Além das pessoas que vêm comprar, há os vendedores de peixe que ficam para lá e para cá, levando a sua mercadoria. Tudo isso é feito bem no meio da via", relata.

Já o estofador Raimundo Alves de Oliveira faz questão de comprar o pescado na Rua Tereza Cristina todos os anos, pois acredita que lá existe um número maior de opções.

Oliveira também destacou que acaba encontrando mais peixes frescos no local do que nos supermercados. "Aqui, o preço é bem mais acessível", frisa.

Enquanto a equipe de reportagem fazia a matéria, um motorista entrou na Rua Tereza Cristina na contramão, depois parou no meio da via e saiu do veículo. Isso impossibilitou qualquer carro ou moto de trafegar e gerou um congestionamento ainda maior no local.

Um dos motoristas, que ficou parado no trânsito, foi conversar com o homem que saiu do carro na contramão. Os dois começaram a discutir e por muito pouco não chegaram às vias de fato.

Pesquisa

As estudantes Marina Magalhães Morais, Marina Souza Muniz, Clicia Maria Lopes Soares, Emanuelle Gomes, Ana Jéssica Carneiro e Paula de Sousa Lima, do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros, foram à Rua Tereza Cristina fazer uma pesquisa para um trabalho sobre a qualidade da água usada pelos vendedores.

"A gente pode ver que eles não cuidam bem dos peixes. Acredito que isso faz a qualidade baixar e existe o perigo de doenças", comenta Marina Magalhães Morais.

A estudante Clicia Maria Lopes Soares viu os comerciantes usarem detergente para fazer a limpeza do local onde cortam e guardam os pescados. "Esse produto não limpa e também pode fazer mal", analisa.

Elas coletaram água em diversos locais onde se vende o peixe e vão levar para um laboratório. Dessa forma, pretendem descobrir quais os microrganismos presentes no líquido e também se a população pode ficar doente por conta disso.

Fiscalização

Na última terça-feira (3), três fiscais da equipe da Célula de Vigilância Sanitária (Cevisa) da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS) inspecionaram o comércio da Rua Tereza Cristina. Somente os estabelecimentos comerciais foram fiscalizados. Isso aconteceu porque a Cevisa só realiza a inspeção em estabelecimentos que possuem o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

A reportagem tentou entrar em contato com a Secretaria Executiva Regional do Centro de Fortaleza (Sercefor) para saber como é feita a fiscalização na Rua Tereza Cristina, mas, até o fechamento dessa edição, não obteve resposta.

THIAGO ROCHAESPECIAL PARA CIDADE

Diário do Nordeste 

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