Acusado afirma que se desesperou com a atitude da Justiça em soltar o homem que sequestrou sua família
Preso
depois de disparar tiro de escopeta calibre 12 no interior do Fórum da
cidade de Guaraciaba do Norte (a 320Km de Fortaleza), o comerciante
Aldir Furtado Lopes teve prisão preventiva decretada, ontem, pela
Justiça, e foi trazido, sob escolta policial, para a Capital, devendo
ser recolhido, na manhã de hoje, na Casa de Privação Provisória da
Liberdade (CPPL), de Caucaia.
Em
entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, por telefone, o comerciante
e seus familiares deram a versão sobre o caso. Aldir negou a versão de
que teria invadido o Fórum com a intenção de assassinar o juiz que está
respondendo pela Comarca. "Sabia que ele não estava lá. A minha intenção
foi chamar a atenção da Justiça e da Imprensa sobre o que minha família
está passando, depois que minha casa foi atacada por bandidos e minha
família sequestrada", disse o comerciante à Reportagem.
Solto
O
comerciante revelou que há menos de 15 dias dois bandidos invadiram sua
residência (no Centro de Guaraciaba do Norte) e mantiveram seus cinco
filhos, a empregada doméstica e mais uma amiga da família, como reféns
durante cerca de quatro horas. Neste período, os criminosos, armados com
facas e revólveres, fizeram ameaças de morte e exigiram dinheiro e
joias. Depois de quatro horas de ameaças, fugiram levando os reféns no
próprio carro do comerciante. A Polícia foi avisada e começou a cercar a
região.
Protesto
Diante
da ação da Polícia, segundo familiares do comerciante, os ladrões
abandonaram os reféns numa estrada entre as cidades de Hidrolândia e
Santa Quitéria.
Depois
de dois dias de investigação, a Polícia Civil esclareceu o assalto
seguido de sequestro, prendendo um dos ladrões e o homem que forneceu
aos ladrões as informações sobre a casa do comerciante e onde os
bandidos poderiam obter dinheiro, joias, armas e outros bens.
Segundo
Aldir, o homem que forneceu as informações é casado com uma prima dele e
aproveitou-se desta situação para participar da trama. Mas, com menos
de 15 dias após ter sido preso, foi solto. A família passou a sofrer
ameaças de morte. "Fui ao Fórum e pedi ao juiz que não soltasse o
acusado pois minha família estava correndo risco de morte. Ele informou
que iria revogar sua decisão de soltar o acusado". Isto, porém, não
aconteceu. O acusado foi libertado na última terça-feira.
"Procurei
o juiz e o promotor outras vezes e eles não me receberam. O Juiz sequer
estava na cidade. Fui ao Fórum, fiz o disparo, e ia me entregar, mas
fui preso. Fiz isto para chamar a atenção da sociedade, da Justiça e da
Imprensa", disse o comerciante. O advogado dele, Paulo Quezado, informou
que ainda irá analisar os autos do processo para, depois, se pronunciar
a respeito.
O
Tribunal de Justiça repudiou o que classificou de ´atentado´. O
desembargador Teodoro Silva Santos, presidente da Comissão de Segurança
do TJCE, acompanha a apuração do caso.
FERNANDO RIBEIROEDITOR DE POLÍCIA
Fonte: Diário do Nordeste (DN)
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