domingo, 18 de dezembro de 2011

Mais de mil focos de incêndio são registrados no Ceará


Do início de setembro até agora, já foram registrados pelo 5º Grupamento do Corpo de Bombeiros 37 focos de incêndios, sendo eles de médias e pequenas proporções. Em todo o Estado do Ceará, o Corpo de Bombeiros apagou 1.203 focos de incêndios em vegetação neste ano, sendo que destes, 655 registro ocorreram no interior. O monitoramento das principais áreas de calor é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

As chuvas fora de época, que caíram na região do Cariri, no mês de outubro, proporcionaram uma queda no número de queimadas, que está abaixo da média do ano passado, quando no mesmo período, foram atendidos 64 chamados.

As autoridades acreditam que uma das maiores consequência das queimadas está relacionado a migração de animais silvestres. A fuga deles para outras áreas de refúgio, que muitas vezes não são seu habitat natural, provoca um desequilíbrio ambiental na Chapada do Araripe. As espécies contribuem para o reflorestamento das matas.

No preparo da terra para o plantio e limpeza de pequenas áreas, os agricultores ou a população residente em regiões de encostas, muitas vezes, acabam causando princípios de incêndios que provocam danos a biodiversidade, comprometendo, diretamente, a fauna e a flora local. Com a prática, o solo vai perdendo sua capacidade produtiva ao longo do tempo. Este ano, o que mais chamou a atenção das autoridades foi a ocorrência de incêndios em vias expressas (acostamento de estradas), que são provocados pelos motoristas que trafegam nas vias. Uma simples ponta de cigarro ainda acessa pode ser suficiente para iniciar um incêndio.

Atualmente, o grupamento do Corpo de Bombeiros no Crato tem uma equipe de 20 bombeiros que contam com o auxilio de 15 agentes do PrevFogo para atender as ocorrências.

Segundo o Corpo de Bombeiros, grande parte da queima de vegetação que acontece na Chapada do Araripe é provocada, geralmente, pela falta de cuidados dos agricultores que manuseiam o fogo. As queimadas podem ocorrer de forma criminosa, intencional ou acidental. A imperícia acaba causando os incêndios florestais que são em sua maioria acidental. Porém, de acordo com a Lei 9.605 de 1998, provocar incêndios de qualquer proporção pode configurar um crime contra o meio ambiente.

Apesar da importância da biodiversidade da Floresta Nacional do Araripe (Flona), que tem uma extensa área de preservação ambiental, as autoridades acreditam ser importante monitorar as regiões com potenciais de queimadas. As folhas, trocos de árvores caídos e a própria vegetação já são elementos potencializadores do fogo. Para o ambientalista Maurício Teles, é necessário que as autoridades estabeleçam as prioridades e realizem um mapeamento das áreas de incêndios, para um plano de manejo de recuperação das regiões degradadas. "Com uma política recuperação das áreas degradadas, podemos fomentar o desenvolvimento de projetos junto as ONGs", revela.

Conscientização

O Corpo de Bombeiros, em parceria com o Geopark Araripe, realiza trabalho periódico de conscientização da população. Para que sejam diminuídos os riscos de incêndios nas encostas, os bombeiros e os agentes do PrevFogo oferecem palestras sobre os riscos de queimadas, técnicas de manuseio do fogo e de como apagá-lo e até curso de formação de brigadistas, entre outras atividades. De acordo com o capitão Francisco de Assis Mesquita Sobrinho, é preciso que a população tenha informações suficientes sobre os riscos que a prática oferece.

Como medida de proteção e conservação ambiental, a ONG Crato Verde, Fundação Hebert Daniel e o Instituto Verde Vida realizam, hoje, o I Seminário Regional Desafios das Políticas Verdes nos Municípios Cearenses. O evento acontece a partir das 8h no Crato Tênis Clube.

As entidades vão realizar um abraço coletivo ao canal do Rio Granjeiro, que está com as obras paralisadas, ainda aguardando a licitação, prevista para o próximo dia 20, para o início da ordem de serviço da segunda etapa da obra.

Fonte:Diário do Nordeste

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