sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ano começa com pior resultado para emprego formal no Ceará

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Foram eliminados 2.664 postos de trabalho em janeiro último no Estado
SILVANA TARELHO
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Desempenho negativo foi devido a quedas do emprego na indústria, agropecuária, comércio e construção

O ano começou com mais demissões do que admissões no mercado de trabalho formal no Ceará. Com 38.756 admitidos e 41.420 desligamentos, em janeiro, foram eliminados 2.664 empregos celetistas, equivalentes à redução de 0,26% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada em dezembro.

O saldo negativo é o pior resultado entre todos os estados do País e em relação a igual mês em 2011 (-956) e 2010 (-2.254).

Tal desempenho foi proveniente das quedas do emprego nos setores do Comércio (-1.688 postos), Construção Civil (-868 vagas), Agropecuária (-751) e Indústria de Transformação (-658), de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Para o coordenador de Estudo e Análise de Mercado do IDT, Erle Mesquita, o resultado está "dentro da normalidade". Ele diz que tradicionalmente janeiro tem menor volume de geração de emprego. "A tendência é sempre de saldo negativo neste mês", afirma. "Mas o resultado não preocupa, no contexto geral, porque está dentro da média em relação a igual mês em anos anteriores. Em janeiro, ocorrem as dispensas das pessoas contratadas no fim do ano, quando tem maior demanda. É o que ocorre com o comércio", justifica.

De acordo com ele, os setores do comércio, serviços e construção civil têm possibilidades mais visíveis de recuperação da geração de emprego. Para ele, é preocupante o cenário internacional, que pode afetar a indústria. "As empresas podem frear as contratações. Há expedientes que utilizam banco de horas para regular a oscilação da demanda. Apenas quando não consegue dar conta da demanda é que abre contratação", afirma.

"A indústria é uma incógnita. É incerto projetar sua recuperação e, também, ainda está cedo. Não tem um cenário para ver como será 2012 para a indústria. É uma interrogação, que está associada à demanda externa". Erle Mesquita destaca ainda outra possibilidade de recuperação. "Ano eleitoral sempre movimenta uma cadeia produtiva grande, com serviços e indústria, com vagas temporárias e informais", diz Erle Mesquita. A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e a Capital acompanharam o saldo negativo do Estado. Foram menos 1.652 e 1.573 postos, respectivamente.

Nordeste

Em janeiro de 2012, a geração de empregos na região Nordeste apresentou o segundo melhor desempenho para o período. Foram criados 5.795 novos postos de trabalho, o que representa crescimento de 0,10% no estoque de vagas registradas em dezembro, mês em que a região teve saldo negativo de mais de 40 mil postos de trabalho.

Sergipe (1.781 novos postos), Pernambuco (1.381 novos postos) e Paraíba (165 novas vagas) apresentaram o segundo melhor desempenho para o mês. Em termos absolutos, o Estado da Bahia apresenta a maior geração de empregos da região (6.861). Piauí também tem saldo positivo de 218 novas vagas.

Por outro lado, destacam-se negativamente na geração de empregos o Ceará (-2.664), Maranhão (-900), Rio Grande do Norte (-784) e Alagoas (-263).

OPINIÃO
Comércio deve retomar geração no mês de abril
O saldo negativo na geração de emprego no comércio em janeiro é normal. O setor vinha numa curva ascendente desde 2009, tanto na geração de emprego, como no faturamento. Pode ser um número negativo, mas não é uma situação negativa para o setor. O resultado não surpreende. O comércio deve começar a gerar mais vagas do que demissões em abril, mês tradicional da retomada da economia no Nordeste. Maio traz datas importantes, como o Dia das Mães e a ante véspera do Dia dos Namorados. Com isto, o setor já tem formação de quadro de funcionários para dar suporte a esta demanda de consumo.

Cid Alves
Presidente do Sindilojas de Fortaleza

Número de vagas caiu 21,8% no País

Brasília.
O saldo líquido de empregos criados com carteira assinada no País foi de 118.895 em janeiro, informou o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Os dados do Caged revelaram que foram contratados 1.711.490 trabalhadores no primeiro mês do ano e 1 592.595 foram desligados.

O volume de postos criados ficou 21,83% abaixo do resultado de janeiro do ano passado, já atualizado em 152.091 vagas.

Setores

Passadas as festas de fim de ano, o comércio foi o setor de atividade que apresentou o pior desempenho no mercado de trabalho formal brasileiro no primeiro mês do ano. Em janeiro, os desligamentos do setor foram 36.345 maiores do que o volume de pessoas contratadas.

No mês passado, de acordo com o MTE, a área extrativa mineral foi a que mais empregou - já descontadas as demissões -, com um saldo de 82.506 novas vagas com carteira assinada. Em segundo lugar aparece o setor de serviços, com um total líquido de 61.463 postos. A construção civil foi responsável pela geração de 42.199 vagas no primeiro mês do ano e a indústria de transformação, por 37.462.

A agricultura foi capaz de gerar 12.318 postos no período e o setor de serviços industriais de utilidade pública, 974 vagas.

Já a administração pública fechou 370 postos formais no mês passado.

CAROL DE CASTROREPÓRTER

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