sábado, 25 de fevereiro de 2012

Negócios: EM DEZ ANOS Consumo de gasolina mais que dobra no Ceará

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Maior poder aquisitivo da população e o consequente aumento no número de veículos influenciaram a alta
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Nos últimos anos, o Ceará tem experimentado um crescimento vertiginoso na frota de veículos. Os preços de carros e motocicletas ficaram mais acessíveis para a população que, com uma renda em ascensão, pôde abandonar as mazelas do transporte público e se locomover de forma mais independente. Com mais veículos circulando, a demanda por combustíveis no Estado se elevou de modo intenso.

Entre 2001 e 2011, o consumo de gasolina comum por parte dos motoristas cearenses avançou mais de 105%. No ano passado, os postos de combustível adquiriram das distribuidoras 943 milhões de litros de gasolina, um recorde na série histórica iniciada em 2000. No ano de 2001, foram apenas 458 milhões de litros, menos que a metade.

Os dados pertencem à Agência Nacional de Petróleo (ANP) e consideram apenas vendas de distribuidoras reconhecidas pela entidade reguladora.

Frota

Segundo informações recentes do Detran-CE (Departamento Estadual de Trânsito), referentes a janeiro de 2012, mais de 1,94 milhão de veículos (considerando-se carros e motos) integram a frota cearense. Em 2001, eram cerca de 698 mil, 177% a menos. Além de influenciar a já complicada engenharia de trânsito do Estado, o fenômeno, naturalmente, impactou na comercialização de combustíveis.

Renda maior

"Antigamente, o salário mínimo do brasileiro não dava nem 100 dólares. Hoje em dia, a renda da população está muito maior e isso possibilita que muitos possam comprar seu automóvel ou sua moto", comenta o assessor especial do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Ceará (Sindipostos), Antônio José Gomes Costa.

De acordo com ele, o Interior tem testemunhado, proporcionalmente, um avanço ainda maior. "Lá, muitos trocaram suas carroças por motos. É uma febre", ressalta.

Segundo Costa, para 2012, mesmo com a elevada base de comparação do ano passado, a expectativa é de que a escalada nas vendas continue.

Conforme a ANP, somente em relação a 2010 (quando 820 milhões de litros de gasolina foram negociados), o crescimento registrado no Ceará foi de 15%. Considerando a região Nordeste, somente Bahia e Pernambuco consumiram mais gasolina no ano passado, com 1,5 bilhão de litros e 1,1 bilhão de litros, respectivamente.

Etanol vende menos

Já o etanol hidratado, concorrente da gasolina, teve 113 milhões de litros comercializados no Ceará em 2011, quantia 38,7% inferior aos 157,5 milhões vendidos em 2010. A queda se deu por conta do aumento no preço do combustível no ano passado, ficando com um valor menos competitivo do que o da gasolina.

As vendas, segundo os dados da ANP, foram as menores desde 2007, ano em que os postos adquiriram 107 milhões de litros.

Desvantagem

Para o representante do Sindipostos-CE, o valor do biocombustível deve continuar desvantajoso em relação à gasolina, pelo menos no curto prazo. Mas, segundo pondera, há a expectativa de entrada em operação de novas empresas produtoras, o que poderá equilibrar os preços do etanol no País.

Antes do Carnaval, a gasolina registrou um aumento média de R$ 0,30 no preço no Ceará, mas, ainda assim, encontra-se mais competitivo do que o álcool. A repentina alta foi, inclusive, questionada pela OAB-CE (Ordem dos Advogados do Brasil), que promoverá uma audiência pública sobre o tema no próximo dia 2. O óleo diesel, por sua vez, assinalou alta de 6,1% entre 2010 e 2011, saindo de 848 milhões de litros para 900 milhões.

Recorde no País

Em âmbito nacional, o consumo também foi recorde: 121,4 bilhões de litros, somando todos os combustíveis contabilizados pela ANP, o que representa um aumento de 3% em relação aos 117,9 bilhões de litros referentes a 2010.

Segundo a Agência de Petróleo, houve aumento de 5,2% no consumo de óleo diesel na comparação entre 2010 e 2011, de 49,239 bilhões de litros para 51,782 bilhões de litros. A gasolina comum anotou 35,4 bilhões de litros negociados, o que significa um aumento de 18,8% em relação aos 29,8 bilhões de litros relativos a 2010.

Derivado de petróleo é único setor que cresceu

Brasília O setor de derivados de petróleo foi o único que apresentou crescimento da produção e uso da capacidade acima do usual em janeiro, de acordo com Sondagem Industrial divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Já a indústria de bebidas teve a maior piora nos dois indicadores em relação a dezembro.

A indústria brasileira começou 2012 em ritmo fraco. O indicador de produção ficou em 45 pontos, quinto mês consecutivo de retração.

Valores abaixo de 50 indicam queda na atividade. O uso da capacidade instalada continua abaixo do usual, em 41,7 pontos, menor valor desde 2009.

Os estoques estão acima do planejado pelos industriais, em nível superior ao apurado em dezembro, principalmente nos setores têxtil, de máquinas e equipamentos e calçados. O número de empregados registrou nova queda em janeiro.

VICTOR XIMENES
REPÓRTER

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