sábado, 25 de fevereiro de 2012

Internacional: Países condenam regime sírio

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Grito de paz: países árabes pretendem criar uma força de pacificadora com membros da Liga Árabe e das Nações Unidas para pôr fim à onda de revoltas que atingiu todas as regiões da Síria
REUTERS
Representantes árabes pediram o fim da violência, a liberação de presos e a retirada de militares na Síria
Túnis. Os representantes de 70 países reunidos em um encontro na Tunísia condenaram, ontem, o regime do ditador da Síria, Bashar al Assad, e pediram uma solução política para a crise e a violência que acometem o país.

As autoridades ainda afirmaram que pretendem fazer uma "tsunami" de pressões para tentar diminuir o apoio interno a Assad. O grupo também pede a entrada da missão conjunta de observadores da Liga Árabe e da Organização das Nações Unidas (ONU) e a criação de uma força de paz com membros das duas organizações.

Os países também pediram o fim total da violência e a proteção dos cidadãos, a liberação de presos políticos e a retirada das forças militares das cidades e povoados. Foram exigidas ainda garantias do direito de manifestações pacíficas e do trabalho dos meios de comunicação.

Outro ponto discutido na reunião, mas que não houve consenso, é o reconhecimento da oposição síria como governo oficial e o envio de armamento para os rebeldes.

Oposição

O chanceler da Tunísia, Rafik Abdessalem, afirmou que o grupo de 70 países deverá decidir se reconhece o Conselho Nacional Sírio (CNS) como novo governo do país na próxima reunião dos representantes, na Turquia, ainda sem data.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou que o grupo é "uma liderança legítima e representativa dos sírios, que busca uma transição democrática pacífica".

Hillary ainda disse que o governo de Assad causou uma catástrofe humanitária no país. "As pessoas que carregam a responsabilidade por essa catástrofe humanitária são Assad e suas forças de segurança".

O grupo ainda estuda a criação de sanções mais duras, como o boicote ao petróleo sírio e restrições financeiras e de viagem a aliados de Assad. Os países ainda deverão trabalhar com a oposição para a preparação da Síria após a ditadura, incluindo acordos comerciais.

Armamento
O CNS pediu aos países do grupo que armem o Exército Sírio Livre e apoiem toda forma de resistência popular contra Assad.

As potências árabes e ocidentais estão divididas sobre se devem armar os rebeldes da Síria, com algumas autoridades temendo que tal medida apenas piore a violência e afete os países vizinhos.

Embora o Exército Sírio Livre tenha sido capaz de contrabandear armas e de comprá-las no mercado negro, os representantes da oposição que participam do encontro de mais de 50 nações disseram que até agora não havia um apoio militar estrangeiro formal para a oposição.

Para o vice-presidente da Liga Árabe, Ahmed Bem Helli, armar a oposição poderia levar à guerra civil. "Acho que isso vai complicar ainda mais as questões. Militarizar a oposição vai criar uma situação complicada que poderia levar à guerra civil e isso não é o desejado", disse ele.

Já o chanceler da Arábia Saudita, Saud al Faisal, afirmou ontem ser uma "excelente ideia" dar armas aos opositores de Assad. Perguntado sobre as justificativas para o fornecimento de armas, ele afirmou que "os opositores precisam se proteger".

A questão sobre armar a oposição síria veio à tona nos últimos dias, depois que os Estados Unidos sugeriram que não se oporiam ao armamento de rebeldes se todos os canais diplomáticos não tivessem êxito.

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou ontem que o país usará "todos os instrumentos possíveis" para deter a morte de civis na Síria, que chamou de "matança".

Para ele, Assad precisa entender que "chegou a hora da transição". "Chegou a hora de acabar com os assassinatos de sírios por parte de seu governo", disse.

Resgate de feridos

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou ontem que o Crescente Vermelho, versão árabe da entidade, retirou cerca de 20 pessoas feridas, entre mulheres e crianças, do bairro de Baba Amro, em Homs, região central da Síria. A jornalista francesa Edith Bouvier, que está ferida, não foi uma das resgatadas.

Diário do Nordeste

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