O
ator Bruno Mazzeo, filho do humorista, chega para a cerimônia de
cremação e é recebido por um cartaz de um fã homenageando seu pai
FOTO: AGÊNCIA O GLOBO
Segundo
Malga, o Instituto vai dar apoio as pesquisas com células-tronco, que
poderiam avançar na cura da enfisema pulmonar. Ainda não há data para
sua inauguração, mas o organismo deverá ser aberto neste ano
FOTO: AGËNCIA O GLOBO
Os
jogadores do Vasco usavam uma camisa com nomes de personagens clássicos
imortalizados pelo ator e, no peito, demonstraram o luto
FOTO: AGÊNCIA O GLOBO
O cearense Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho construiu uma carreira de mais de seis décadas
Rio de Janeiro
A cremação do corpo do humorista Chico Anysio, morto na última
sexta-feira, aconteceu ontem no Memorial do Carmo, no Caju, zona
portuária do Rio. Parentes e amigos mais próximos do artista se reuniram
no cemitério. A mulher do ator, Malga Di Paula, apareceu acompanhada da
mãe e da irmã. O frei Jhonathan Gerber, do Convento de Santo Antônio,
foi chamado para conduzir a cerimônia. O religioso acompanhou Chico nos
últimos anos.
"Surpreendentemente, estou mais forte do que
pensava. Acho que a força veio do Chico", afirmou Malga, antes de deixar
o local. Durante a cerimônia, houve a manifestação de várias crenças,
mas a oficial foi conduzida pelo frei. Chico dizia que era um
franciscano. As cortinas de veludo foram fechadas para ele.
Segundo
Malga, agora ela aguarda a liberação da Justiça para poder espalhar as
cinzas do marido no Projac, no Rio, e em Maranguape, no Ceará: "A Globo
era a casa de Chico" - diz ela, que ainda comentou a ideia do prefeito
Eduardo Paes de batizar como Curva do Chico um trecho que liga a Barra
da Tijuca aos estúdios da Globo: "É porque esta curva não acaba nunca".
A
ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, com quem o comediante foi casado,
acompanhou os filhos, Rodrigo e Vitória. "Nossos filhos ainda são
pequenos e precisariam muito do pai. Mas a gente não tem domínio sobre
isso", lamentou Zélia.
Ela afirmou ainda que Chico deixou um bom
legado de trabalho e caráter. "Seja o que for que eles façam na vida,
que sigam o exemplo dele", frisou.
Muito emocionado, o ator Bruno
Mazzeo falou pela primeira vez sobre a perda do pai: "O que eu tenho é
agradecimento ao povo brasileiro pelo carinho. Ver as pessoas na frente
do teatro foi o que me deixou feliz. Meu pai foi uma pessoa que se
dedicou por 65 anos a alegrar o povo",destacou.
A atriz Heloísa
Périssé e a diretora Cininha de Paula foram dar o último adeus a Chico.
Mais uma vez, seu filho Nizo Neto agradeceu aos fãs do pai: "Obrigado às
pessoas que se prestaram a esperar horas e horas para passar um segundo
ao lado dele", comentou.
O cineasta Luiz Carlos Barreto também
compareceu ao local. "Mais do que humorista, Chico foi um crítico dos
costumes. Não podemos confundi-lo com piada. Ele tinha espírito crítico.
Sempre convivi com ele, somos uma família cearense. Veio para o Rio e
se transformou nessa grande personalidade nacional. O humor dele serviu
para dar um senso crítico à realidade brasileira", afirmou.
Maior
humorista da TV brasileira, Chico morreu aos 80 anos, vítima de
falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado no Hospital
Samaritano, em Botafogo, e, há três meses, tentava vencer uma série de
complicações decorrentes de problemas pulmonares.
No último
sábado, seu corpo foi velado no Theatro Municipal, no Centro do Rio. A
cerimônia reuniu a família, amigos e fãs do artista. Cerca de 4.500
pessoas foram prestar a última homenagem a Chico no teatro.
Carreira
Um
dos principais nomes do humor no Brasil, criador de inúmeros
personagens e bordões célebres, o cearense Francisco Anysio de Oliveira
Paula Filho construiu uma carreira de mais de seis décadas como
radialista, escritor e ator de teatro, cinema e televisão.
Continuou
trabalhando mesmo após o longo período de internação entre dezembro de
2010 e março de 2011, quando retirou parte do intestino grosso, fez uma
angioplastia e teve problemas cardiorrespiratórios que o deixaram em
estado grave - chegou a entrar em coma por três vezes.
Quando
teve alta, em abril do ano passado, voltou a gravar o programa semanal
"Zorra Total", da Rede Globo, interpretando Salomé.
Chico era
casado com a empresária Malga di Paula (seu sexto casamento) e teve oito
filhos (um deles adotivo) - Lug de Paula, Nizo Neto, Rico Rondelli,
André Lucas, Cícero Chaves, Bruno Mazzeo, Rodrigo e Vitória - com cinco
mulheres, entre elas a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, com quem teve
seus caçulas.
Viúva quer criar instituto para combater o tabagismo no Brasil
A
viúva do comediante Chico Anysio, Malga Di Paula, anunciou que pretende
criar um instituto para combater o tabagismo, em homenagem ao artista.
O
anúncio foi feito logo após a cerimônia de cremação do corpo do
humorista, que aconteceu na tarde de ontem, no Cemitério do Caju, no Rio
de Janeiro.
O objetivo da instituição será o combate ao
tabagismo através do apoio a pesquisas científicas com células-tronco,
que poderiam avançar na cura da enfisema pulmonar.
O instituto ainda não tem data de inauguração definida, mas deve ser aberto ainda neste ano.
Emocionada,
Malga, falou do último adeus ao comediante. "A gente conseguiu fazer
uma homenagem do jeito que ele queria. Até as cortinas foram fechadas,
cortinas de veludo".
Segundo Malga, a cerimônia de cremação foi
muito bonita, uma homenagem digna do Chico. "Foram tocadas as músicas
dele e nós cantamos, foi lindo. É muito estranho dizer isso, que foi
lindo, mas foi", revelou.
Quanto ao acervo do comediante, quem
definirá será a emissora na qual ele trabalhou durante tantos anos. "A
Globo vai definir, pois é a casa do Chico. Isso será tratado na casa
dele", disse ela.
Irmão mais velho do humorista, Elano Di Paula,
de 89 anos, falou com os jornalistas ao sair da cerimônia que reuniu a
família do humorista.
"Não teve despedida, a vida é eterna e
daqui a pouco eu estou junto com ele. Apagou-se uma estrela, acenderam
milhares de estrelas, que ele as fez e você gosta delas todas. Para cada
uma delas que você olha, você vai ver o Chico. São centenas de luzes
acesas por ele. Então ele não morreu, daqui a pouco eu me encontro com
ele e mando um abraço para você", disse Elano, que é espírita.
Homenagens
Ontem,
o programa ""Fantástico" exibiu imagens dos melhores momentos do
artista, em participações que ele fez no programa ao longo de sua
carreira. Como o quadro "Cartão de Visitas", o último que o humorista
fez no programa, no qual explicava os principais personagens que
interpretou na televisão.
Em outra passagem pelo "Fantástico",
ainda na década de 70, o humorista Chico Anysio apresentou uma crônica
sobre vida e morte, onde defendia que as pessoas deveriam nascer velhas e
irem rejuvenescendo com o passar do tempo.
O programa exibiu
ainda trechos inéditos da entrevista exclusiva que o humorista concedeu à
Patrícia Poeta em setembro do ano passado para o quadro "Anjo da
Guarda".
Homenagens ao torcedor ilustre
Rio de Janeiro e São Paulo
Os jogadores do Vasco entraram em campo ontem contra o Resende, pela
quinta rodada da Copa Rio, com nomes de personagens de Chico Anysio, que
torcia para o clube, escritos nas suas camisas.
Os jogadores
usavam uma camisa com nomes de personagens clássicos imortalizados pelo
ator e, no peito, demonstraram o luto com o nome do artista e os anos de
nascimento e morte. Imagens da carreira do humorista foram exibidos no
telão.
Juninho Pernambucano, por exemplo, foi o "Professor
Raimundo" na homenagem vascaína, o goleiro Fernando Prass entrou em
campo como Roberval Taylor e o lateral Thiago Feltri como Bozó.
"Durante
toda sua trajetória no rádio e na TV brasileira, o comediante sempre
deixou bem claro o seu amor pelo nosso clube. Por conta de toda uma vida
dedicada à Cruz de Malta, não poderia deixar de prestar aqui esta
homenagem a um vascaíno de verdade e também solidariedade a seus
familiares nessa hora de muita dor e saudade para toda a enorme família
vascaína. Descanse em paz, Chico", disse em nota no site da equipe.
Palmeiras
Em
São Paulo, Chico Anysio torcia pelo Palmeiras, e o time também prestou
sua homenagem da mesma maneira, com frases na camisa oficial durante a
partida contra o Corinthians. Antes, o Fluminense também havia lembrado o
ator.
Valdivia vestiu a camisa 10, que levou o nome de ´Divino´.
Marcos Assunção jogou com a 20, que ganhou o nome do famoso personagem
´Professor Raimundo´. Na comemoração do gol, os atletas fizeram o gesto
característico do personagem: "e o salário, ó".
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