Deputado
Téo Menezes se realmente não tinha filiação partidária à época do
registro de sua candidatura, em 2010 , a Justiça falhou
FOTO: BRUNO GOMES
Só no fim de dezembro de 2011, mais de um ano após a eleição, é descoberto que Téo não era filiado ao PSDB
O
Ministério Público eleitoral, a pedido da direção estadual do PSDB,
segundo documento de dezembro de 2011, está investigando a situação da
filiação partidária do deputado estadual Teodorico José Barreto Menezes
(Téo Menezes) aos quadros do Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), pelo qual disputou todas as suas eleições para o Legislativo
estadual.
O parlamentar foi candidato à reeleição em 2010, obteve
o registro da sua candidatura, foi eleito, suas contas de campanha
foram aprovadas pelo TRE, que também o diplomou, foi empossado pela
Assembleia Legislativa, onde ocupa a 4ª secretaria na Mesa Diretora, mas
desde novembro 2009 não estava filiado ao partido, conforme informação
fornecida pela corregedoria regional eleitoral.
Sem filiação
partidária, pelo menos, um ano antes do pleito, como exige a legislação
eleitoral, não é permitido a nenhum pretenso candidato obter o registro
da postulação na Justiça Eleitoral. A filiação deve ser comprovada no
pedido de registro e antes, nas informações do partido.
Certidão
No
caso do deputado Téo Menezes, pelo menos a primeira vista, não consta
nenhuma irregularidade no processo de registro da sua candidatura,
informa o procurador regional eleitoral, Márcio Torres, ao esclarecer
que conversou com o procurador regional eleitoral da época das eleições,
Alessander Sales, e este garantiu que toda a documentação foi
conferida. Agora, em função do problema existente solicitou informações
ao TRE sobre o processo de registro da candidatura e sobre o histórico
de filiação para verificar o que houve, se foi oferecida informação
incorreta e quem é o responsável.
O pedido de investigação foi
formulado ao Ministério Público pelo presidente do diretório regional,
Marcos Cals. Ele explica que, no ano passado, em função da possibilidade
de envolvimento do parlamentar com o caso dos kits sanitários, o
segmento jovem do partido entrou com representação solicitando que o
caso fosse apreciado pela comissão de ética da agremiação.
A
partir desse pedido, explica Cals, após algumas incursões no sentido de o
deputado pedir sua desfiliação, o partido iniciou uma investigação
sobre todo o curso de filiação do deputado e encontrou um ofício do
parlamentar, endereçado ao diretório estadual, datado de 2008, em que
ele comunicava a transferência do seu domicílio eleitoral de Fortaleza
para o Município de Pacajus. Como o partido estava procedendo uma
reformulação interna no registro geral de filiados, ao imprimir a
certidão de filiação do parlamentar constatou que Téo Menezes não estava
filiado a partido político.
Tramitações
Diante
dessa situação expediu ofício à corregedora regional eleitoral,
desembargadora Maria Iracema Martins do Vale, solicitando o histórico de
filiação do parlamentar no PSDB, incluindo todas as tramitações de
transferências e filiações nas zonas eleitorais em que esteve filiado
desde a sua primeira filiação.
Marcos Cals informou, também, ao
que a resposta da corregedora, desembargadora Iracema do Vale, foi no
sentido de que "foram encontrados dois registros de filiação em seu
histórico, sendo o primeiro na relação oficial de filiados do PSDB, do
qual consta data de filiação em 20/9/2002, com exclusão em 21/11/2009; e
o segundo, na relação interna do PSDB, com data de filiação em
20/9/2003, com erro de processamento, por haver sido informado o número
incorreto da sessão eleitoral no referido sistema".
Representação
Da
informação consta ainda que o sistema de filiação partidária - ELO-6
foi implementado em 2009 e que informações anteriores a este ano, sobre
filiação, deverão ser requeridas à zona da inscrição do eleitor.
Marcos
Cals confessa que desconhecia a expressão "exclusão" para os casos de
filiação partidária. Agora aguarda o posicionamento do Ministério
Público e esclarece que, como o parlamentar não está filiado ao partido
não há como dar seguimento à representação da Juventude do PSDB para
instaurar um processo de expulsão do deputado.
Neste caso ele
admite que o partido "passou batido" porque deu legenda ao parlamentar
sem saber que ele não estava oficialmente filiado à legenda e na
composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa ocupa um cargo
destinado ao partido.
A representação contra o deputado Téo
Menezes foi feita à direção estadual do PSDB logo após o surgimento das
denúncias de desvio de recursos estaduais para a construção de banheiros
em que apareceu o nome de Téo.
Antes, ele já havia acertado sua
entrada no PSD, partido para o qual se mudaram vários ex-filiados ao
PSDB, tanto na Assembleia quanto em alguns municípios do Estado. O caso
dos banheiros o afastou do PSD e ele continuou como sendo filiado ao
PSDB, ensejando a manifestação da juventude e de outros integrantes do
partido, inconformados com sua filiação.
Sem resposta
O
deputado Téo Menezes, segundo sua assessoria, está viajando para o
Interior. Ontem, ele não participou da sessão da Assembleia e não
respondeu as ligações telefônicas para falar sobre o assunto.
Diário do Nordeste
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