terça-feira, 27 de março de 2012

Economia do CE em marcha à ré em janeiro, diz BC

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Indústria calçadista, uma das principais do Estado, vem sofrendo com o câmbio e concorrência externa, impactando a economia local
FOTO: KID JÚNIOR
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Índice de Atividade Econômica para o Estado (IBC-CE) foi divulgado ontem pelo Banco Central

A economia cearense começou o ano em marcha ré, segundo estimativas divulgadas ontem pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica para o Estado (IBC-CE), que tenta projetar a variação do Produto Interno Bruto (PIB) mensalmente, apresentou, em janeiro último, recuo de 0,6% em relação ao resultado de igual mês do ano anterior, na série sem considerar os ajustes sazonais. A variação foi na contramão, inclusive, da média nacional, que revela crescimento de 1,44% no período.

Já na comparação com dezembro de 2011, o indicador aponta para desaquecimento na economia estadual da ordem de 12,7%, ao passo que para o Brasil o recuo foi bem inferior, próximo a 4,5% (4,49%).

De acordo com o IBC-CE, o indicador passou de 147,47 pontos, em janeiro do ano passado, para 146,6 pontos no primeiro mês deste ano. Em dezembro de 2011 foi de 167,6 pontos.

Entretanto, levando-se em conta o comportamento dos último 12 meses, findos em janeiro, a economia do Ceará contabilizou avanço de 5,4%, ante 2,42% da média brasileira, confirmando a tendência de incremento local acima do ritmo nacional.

Com ajustes

Já na série com ajustes, ou seja, que desconsidera os efeitos do período, enquanto no País teve avanço na sua economia de 0,75%, no Ceará houve queda de 0,57%, quando se confronta janeiro de 2012 a igual mês do ano passado. Quando a base de comparação passa a ser dezembro último, a variação estadual foi de -2,7%, ante recuo de 0,13% na média nacional.

Por outro lado, considerando-se os últimos 12 meses, terminados no primeiro mês de 2012, é previsto crescimento de 5,4% para a economia cearense, contra incremento de apenas 2,44% para a brasileira.

Conforme o IBC-CE com ajustes, o indicador passou de 149,87 pontos, em janeiro de 2011, para 149,01 pontos no primeiro mês deste ano. Em dezembro do ano passado ficou em 153, 11pontos.

Projeção

0,6% é a estimativa de recuo da economia cearense no primeiro mês deste ano, segundo o BC, na série sem considerar os ajustes sazonais

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Agricultura e indústria pesaram

Henrique Marinho
Economista

Janeiro, normalmente, é um mês de desaquecimento da atividade econômica, e no caso do Ceará foi provocado pelo setor agrícola, que deve ter crescido em ritmo menor no primeiro mês de 2012. A indústria também influenciou negativamente. Aqui no Estado tivemos uma queda muito grande na produção em relação ao País. Um dos piores resultados nacionais para janeiro. Temos um peso muito forte dos segmentos têxtil e de calçados, que vêm sofrendo com o câmbio e a concorrência externa. De qualquer modo, nos últimos 12 meses continuamos a crescer acima do ritmo do País.

Mercado reduz estimativa do PIB

Brasília. A expectativa do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira neste ano recuou de 3,30% para 3,23%, segundo a pesquisa Focus divulgada, ontem, pelo Banco Central. Para 2013, no entanto, a projeção subiu de 4,20% para 4,29%. Um mês antes, as projeções eram de 3,30% neste ano e de 4,10% no próximo ano.

O levantamento semanal mostra ainda que a mediana das expectativas para o avanço da produção industrial em 2012 se manteve em 2,03%. Quatro semanas antes, economistas trabalhavam com 2,60%. Para 2013, a expectativa de expansão da indústria caiu de 4,05% para 4%, de iguais 4,05% um mês antes.

Inflação

Já previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012 subiu de 5,27% para 5,28%. Para 2013, não houve alteração e a estimativa seguiu em 5,50%. Há um mês, antes do corte mais agressivo do juro básico, o mercado previa alta de 5,24% na inflação deste ano e de 5,11% no próximo ano.

A projeção suavizada para o IPCA nos próximos 12 meses, por sua vez, manteve a trajetória de aceleração e passou de 5,37% para 5,41%, na quinta alta seguida. Há quatro semanas, a estimativa era de 5,28%. Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a previsão para o IPCA em março manteve-se em 0,45% pela quinta semana seguida. Para abril, a expectativa seguiu em 0,50% pela segunda semana.

Selic

O mercado financeiro não alterou as previsões para o comportamento do juro nos próximos meses. Os analistas acreditam que o ciclo de afrouxo monetário deve acabar na próxima reunião, em abril. A expectativa é de corte de 0,75 ponto.

ANCHIETA DANTAS JR.
REPÓRTER
Diário do Nordeste 

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