Motoristas passaram por engarrafamento na Av. Alberto Craveiro
Considerando
os períodos da manhã e da tarde, a chuva mais intensa foi a de
24/04/1997. Se levarmos em conta apenas a manhã, a pior foi a de
29/01/2004
Quatro famílias ficaram desabrigadas, segundo a Defesa Civil; 114 ocorrências foram registradas em 19 horas
Quem
circulou em Fortaleza, na manhã de ontem, de carro, ônibus, moto ou
bicicleta, enfrentou um verdadeiro caos. Esse cenário foi provocado pela
chuva de 268,5 milímetros registrada de 2h40 às 15h. Foi a segunda
precipitação mais intensa da Capital, perdendo apenas para a do dia 24
de abril de 1997, quando choveu 270,6 mm.
Segundo a Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), até o começo da
manhã (7h), choveu 197,5mm, a segunda maior precipitação acumulada em 24
horas que se tem notícia na Cidade desde 1974. A maior ocorreu no dia
29 de janeiro de 2004, quando foram registrados 250 milímetros de água.
Em
19 horas, a Defesa Civil registrou 114 ocorrências. Quatro famílias,
que moravam nas margens do Rio Maranguapinho e no bairro Vila Velha,
ficaram desabrigadas na Capital, segundo o coordenador do órgão em
Fortaleza, Alísio Santiago.
Ainda conforme a Defesa Civil do
Município, a grande quantidade de água gerou 85 pontos de alagamentos,
61 inundações, 13 desabamentos, 15 riscos de desabamentos, cinco
incêndios e um risco de incêndio, totalizando 180 ocorrências até as 17h
de ontem. A situação mais crítica era a dos bairros da Secretaria
Executiva Regional (SER) III, com 70 ocorrências. Destas, 18 foram
registradas no bairro Quintino Cunha, 13 no Dom Lustosa e sete no
Antônio Bezerra.
Em segundo lugar, com 47 ocorrências, estão os
bairros da SER V, que também foram bastante prejudicados. Destas, 23
foram registradas somente no Genibaú, próximo às margens do Rio
Maranguapinho, o lugar mais atingido pela chuva.
Segundo a
Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC),
13 semáforos, localizados em cruzamentos de intenso tráfego, como Av.
Santos Dumont com Av. Desembargador Moreira e Rua Oswaldo Cruz com Av.
Pontes Vieira, apresentaram falhas, deixando o trânsito ainda mais
lento. A AMC deslocou agentes que orientaram o trânsito e técnicos para
resolver os problemas.
Surpresa
Segundo
Alísio Santiago, a chuva de ontem não era esperada. Conforme ele, a
previsão para todo o mês de março era que chovesse, na Capital, apenas
223 milímetros.
Santiago explica também que os alagamentos podem
ter sido gerados por vários motivos. Um deles é que Fortaleza está
situada em três bacias importantes: Maranguapinho, Cocó e a vertente
marítima, as quais incidem diretamente na maneira como a Cidade é
organizada.
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"Foi
preciso utilizar muito asfalto e cimento para a construção de
Fortaleza, além de assorear todos os rios e lagoas. Isso proporciona o
maior número de inundações", destaca.
De acordo com ele, o maior
número de ocorrências foi registrado no Genibaú devido ao
transbordamento dos afluentes do Rio Maranguapinho. "Eu avalio que esse
grande volume de água ocorreu devido às precipitações em todo o Estado.
Muitos recursos hídricos são desobstruídos, então, a parte da Cidade que
não tem drenagem proporcionou um grande volume de água para as calhas",
ressalta. Para resolver os problemas, a Defesa Civil disponibilizou 12
equipes nas ruas com 60 agentes, além de 38 profissionais da Guarda
Municipal e dezenas de fiscais das Regionais.
Ainda conforme o
coordenador da Defesa Civil, na Capital, existem ainda muitos locais
propícios a alagamentos, um total de 89 áreas de risco.
Por outro
lado, ele ressalta que essas localidades estão sendo eliminadas e as
famílias, remanejadas. "Tínhamos, em 2005, 105 áreas de risco. Hoje,
temos 89 e, até o fim deste ano, estaremos erradicando mais 16 áreas",
ressalta.
Para evitar os transtornos, ele afirma que a Defesa
Civil do Município, em 2011, começou a limpeza de todos os canais e
lagoas da Cidade. "A Prefeitura faz a limpeza e, por incrível que
pareça, as pessoas continuam colocando lixo", lamenta.
Causas
Segundo
o meteorologista da Funceme, José Maria Brabo Alves, a explicação para a
chuva é a zona de convergência intertropical, o principal sistema
atmosférico que causa o fenômeno na região. O evento é mais comum nos
meses de abril e maio. Brabo ressalta que, por Fortaleza estar próxima à
costa, há maior formação dos aglomerados de chuva.
O
meteorologista destaca que havia uma previsão de chuva no litoral ontem,
mas não com essa intensidade. Conforme ele, a previsão é que o tempo
chuvoso se mantenha por 24h. "Deve ficar nublado sujeito a chuva, pelo
menos até amanhã (hoje), com chance de chuva na região litorânea",
conclui.
Problemas
12 equipes da Defesa
Civil, com 60 agentes, foram às ruas para resolver as ocorrências da
Cidade, além de 38 guardas municipais e dezenas de fiscais das regionais
89 áreas de risco existem em Fortaleza, segundo a Defesa Civil. O órgão promete que, até o fim deste ano, 16 serão erradicadas
KARLA CAMILA
REPÓRTER
Diário do Nordeste
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