Além do Ceará, apenas o Rio Grande do Norte tem taxas de atendimento na pré-escola superiores a 90%
Kid Júnior
O Estado do Ceará tem a maior taxa de atendimento às crianças de 4 a
5 anos na escola. Cerca de 92,2% das pessoas inseridas nesta faixa
etária estão matriculadas na rede escolar dos municípios e do Estado. O
levantamento foi realizado pelo Movimento Todos pela Educação, com dados
do Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Nos últimos dez anos, a taxa de atendimento das crianças de 4 e 5 anos na escola cresceu 55,8% no País, porém mais de 1,1 milhão de crianças nesta faixa etária ainda não frequenta a escola.
Entre os estados, apenas o Ceará e o Rio Grande do Norte têm taxas de atendimento na pré-escola superiores a 90%. Rondônia e o Rio Grande do Sul têm menos de 60% das crianças de 4 e 5 anos matriculadas, 57,1% e 58,6%, respectivamente. No total, 14 unidades da Federação têm índices de atendimento inferiores à média nacional.
Nos últimos dez anos, a taxa de atendimento das crianças de 4 e 5 anos na escola cresceu 55,8% no País, porém mais de 1,1 milhão de crianças nesta faixa etária ainda não frequenta a escola.
Entre os estados, apenas o Ceará e o Rio Grande do Norte têm taxas de atendimento na pré-escola superiores a 90%. Rondônia e o Rio Grande do Sul têm menos de 60% das crianças de 4 e 5 anos matriculadas, 57,1% e 58,6%, respectivamente. No total, 14 unidades da Federação têm índices de atendimento inferiores à média nacional.
Desafio
Em 2000, pouco mais da metade (51,4%) da população nessa faixa etária
tinha acesso à educação, patamar que chegou a 80,1% em 2010. O desafio
do país é incluir o contingente de alunos que ainda não frequenta às
salas de aula nas redes de ensino até 2016.
Uma emenda constitucional aprovada em 2009 estabelece que a
pré-escola é etapa obrigatória no País, assim como o ensino médio. Até
então, a matrícula era compulsória apenas no ensino fundamental (dos 6
aos 14 anos). Isso significa que no prazo de quatro anos as redes
municipais terão que oferecer vagas nas escolas a todas as crianças
entre 4 e 5 anos – e os pais terão de matriculá-las.
Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila
Cruz, o crescimento da pré-escola na última década é uma conquista
importante e indica que o país tem dado mais atenção à educação
infantil.
“Na última década, houve um aprofundamento e uma proliferação de
estudos que comprovaram o impacto da educação infantil no futuro da
criança. É um investimento muito rentável do ponto de vista cognitivo,
do desenvolvimento social e econômico. Quanto mais cedo a criança entra
na escola, maior é o retorno daquele investimento. Esses estudos tiveram
espaço nas políticas públicas”, acredita Priscila.
Fatores culturais
O baixo atendimento no início da década estava ligado, inclusive, a
fatores culturais: muitas famílias não consideravam importante mandar os
filhos para a escola antes do ensino fundamental, já que a pré-escola
era vista apenas como um espaço para a criança brincar. Apesar dos
avanços, Priscila avalia que o esforço das redes municipais para incluir
1,1 milhão de crianças terá que ser maior.
“Elas são justamente as crianças mais difíceis de serem incluídas.
São aquelas que vivem em local de mais difícil acesso, ou tem alguma
deficiência, ou não podem ir para a escola porque são hospitalizadas, ou
seja, aquelas que vivem algum tipo de vulnerabilidade”.
Dificuldades
A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime), Cleuza Repulho, avalia que será “muito difícil” para as redes
municipais cumprir a meta de universalização da pré-escola se não
houver mais investimento. Para isso, ela destaca a importância da
aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê um aumento dos
recursos para a área, inclusive com a participação da União. O projeto
está há mais de um ano em análise na Câmara dos Deputados.
De acordo com Cleuza, o principal problema para ampliar o atendimento
é a infraestrutura. “Quando falo em infraestrutura, é a construção de
prédios mesmo. Os problemas vão desde encontrar um terreno para a
construção, até a prefeitura conseguir bancar o custeio das escolas de
educação infantil”, explica.
Os dados do Movimento Todos pela Educação são de 2010, o que
significa que as crianças de 4 e 5 anos que estavam fora da escola
naquele ano provavelmente já estão matriculadas no ensino fundamental e
muitas chegaram a essa etapa sem cumprir a pré-escola. As prefeituras
têm o movimento demográfico a seu favor, já que a tendência é que a
população de 4 e 5 anos diminua nos próximos anos. Há previsão de uma
queda de 22% da população nessa faixa etária entre 2010 e 2022, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Diário do Nordeste
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