Plenário
do Tribunal de Contas dos Municípios, ontem, lotado de prefeitos,
vereadores e outros responsáveis por contas públicas , para receberem
orientações sobre a vigilância daquela Corte de Contas no ano eleitoral
FOTOS: VIVIANE PINHEIRO
Leilyanne
Feitosa, chefe da procuradoria de Contas do TCM, diz que eles não devem
entregar todas as suas responsabilidades a advogados e contadores
Administradores municipais receberam uma cartilha feita pelo Tribunal de Contas com algumas observações
O
Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) lançou, ontem, com a
participação de prefeitos e presidentes de câmaras municipais, de todas
as regiões do Estado, o seu programa de capacitação para 2012. Do dia 10
de abril até 25 de julho serão realizados 12 encontros regionais.
Muitos prefeitos cearenses estão cumprindo o segundo mandato e existe a
preocupação com a questão do desmonte, tema questionado no início das
administrações pelos adversários dos atuais prefeitos.
Durante o
encontro de ontem, no auditório do próprio TCM, foi distribuída a
cartilha "Boas Práticas na Gestão Pública", elaborada pelo Tribunal. Ela
tem recomendações de procedimentos aos atuais prefeitos para a
transmissão dos cargos aos seus sucessores.
Objetivamente, o
documento adverte para a preservação da documentação e arquivos;
despesas de pessoal; endividamento; disponibilidades financeiras e os
compromissos do setor público; patrimônio público e controle interno,
além de recomendações aos presidentes de câmara para a transmissão dos
cargos aos seus sucessores.
Regionais
O conteúdo da
revista será discutido e aprofundado nos encontros regionais que serão
realizados com a participação de funcionários das prefeituras e das
câmaras. Na abertura dos trabalhos, o presidente do TCM, Manoel Veras,
destacou a questão do desmonte de prefeituras e chamou a atenção dos
prefeitos e gestores para se prevenirem porque com a Lei Ficha Limpa a
sanção é muito grave para aqueles que têm contas desaprovadas pelo
Tribunal.
Ele informou que o TCM já iniciou o processo de
fiscalização deste ano, mas essa fiscalização não deve ser confundida
com a questão do desmonte porque não recebeu ainda nenhuma denúncia de
desmonte, o que só acontece, realmente, após as eleições e quando da
posse dos novos gestores.
Disse ainda que o Tribunal tem sido
cobrado pela sua lentidão no julgamento de processos, mas é preciso
compreender algumas coisas, pois quando chegou ao TCM, em 2002, ali eram
julgados pouco mais de 3.000 processos por ano e agora, com novas
metodologias de trabalho, são julgados mais de 7.000 processos a cada
ano.
Cobrar
Informou ainda o presidente do TCM que recebeu
reclamação da Aprece sobre o Portal das Licitações, mas não vai
renunciar sua obrigação que é cobrar. Ressaltou o desejo de realizar um
trabalho de parceria e anunciou para amanhã à tarde uma reunião, na qual
os técnicos do Tribunal farão uma exposição e vão esclarecer todas as
dúvidas quanto ao Portal das Licitações.
Os conselheiros Hélio
Parente, Artur Silva Filho e Pedro Ângelo também se dirigiram aos
prefeitos e vereadores, recomendando cuidado quanto aos procedimentos
que devem ser adotados neste ano eleitoral.
A procuradora de
Contas, Leilyanne Feitosa, disse que o TCM não é uma Corte de defesa nem
de acusação e está aberto para os esclarecimentos necessários,
advertindo que estamos em ano eleitoral, período em que a situação
política se torna mais difícil e os que não podem se reeleger devem ter
uma preocupação maior porque se tudo não estiver correto nas prestações
de contas apresentadas podem ter a sua situação complicada.
Ela
recomendou a cada prefeito cuidado com a sua vida política e social não
entregando tudo ao advogado ou ao contador. Informou ainda que o TCM e o
Ministério Público terão uma comissão permanente de fiscalização, não
para perseguir, mas para verificar se tudo está sendo feito dentro do
razoável.
Diário do Nordeste
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