De
acordo com denúncias da Organização das Nações Unidas, crianças sírias
estão sendo recrutadas por grupo rebeldes para combater as tropas de
Bashar al Assad, violando convenções internacionais
FOTO: REUTERS
Kofi Annan recebeu uma resposta formal do governo sírio sobre sua proposta para acabar com a violência no país
Genebra.
A Síria respondeu oficialmente ao plano de paz com seis itens propostos
por Kofi Annan, o enviado especial conjunto das Nações Unidas e da Liga
Árabe apoiado pelas potências mundiais, disse um porta-voz de Annan
ontem.
"O governo sírio respondeu formalmente ao plano de seis
pontos do enviado especial conjunto para a Síria, Kofi Annan, e apoiado
pelo Conselho de Segurança da ONU. O senhor Annan está estudando (a
resposta) e irá responder muito em breve", disse o porta-voz Ahmad Fawzi
em comunicado, sem mais detalhes.
Ontem, Annan disse a
jornalistas em Moscou que ele não poderia fixar um prazo para uma
solução da crise síria, depois de um ano de confrontos sangrentos.
Segundo o enviado da ONU, no entanto, o impasse não poderá se arrastar indefinidamente.
Annan
manifestou que as Nações Unidas poderiam enviar uma missão de
observadores para verificar eventuais compromissos entre o governo sírio
e a oposição no país.
"Não descarto que uma missão da ONU possa
ser enviada à Síria no futuro para garantir que as partes cumpram seus
compromissos", disse Annan em discurso perante a imprensa para informar
os resultados de sua reunião com as autoridades russas.
A
proposta de plano de paz, aprovada no último dia 21 pelo Conselho de
Segurança da ONU, pretende acabar com a violência e as mortes, além de
liberar acesso a agências humanitárias, soltar detentos e iniciar um
diálogo para legitimar as aspirações e preocupações do povo sírio.
Eleições
O
Parlamento sírio pediu ontem ao presidente Bashar al Assad o adiamento
das eleições legislativas marcadas para o próximo dia 7 de maio, segundo
a agência de notícias Sana.
"A Assembleia do Povo pediu ao
presidente, durante sua sessão desta segunda-feira, que considere o
adiamento das eleições legislativas a fim de consolidar a aplicação de
reformas globais", informou a Sana.
O Parlamento recomendou
esperar as "decisões tomadas a partir de um diálogo nacional e permitir
que os partidos cumpram suas funções para (a realização) de eleições
democráticas, em conformidade com a nova Constituição", aprovada por
referendo em 26 de fevereiro.
Assad havia anunciado em meados de março a realização dessas eleições.
Mortes de jornalistas
Dois
jornalistas britânicos morreram ontem na província de Idlib na Síria,
segundo o grupo opositor Comitês de Coordenação Local. Em todo o país,
pelo menos oito mil pessoas já morreram em confrontos entre opositores e
o regime de Bashar al Assad.
Nasin Intrir e Walid Balidi, de
origem argelina e nacionalidade britânica, perderam a vida no povoado de
Darkush, na fronteira com a Turquia, atingidos por disparos de forças
leais ao presidente Assad. Eles estavam no país para filmar um
documentário sobre os confrontos.
Crianças
Rebeldes
sírios foram acusados de usar crianças como combatentes, violando as
convenções internacionais que proíbem tal prática, disse uma alta
funcionária das Nações Unidas ontem.
"Estamos recebendo acusações
sobre crianças com o Exército Sírio Livre", disse Radhika Coomaraswamy,
representante especial da ONU para crianças e conflitos armados.
Diário do Nordeste
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