A
Prefeitura de Senador Pompeu é alvo de investigações desde o ano
passado, quando a PF apreendeu documentos e os gestores foram presos
FOTO: DIVULGAÇÃO
Em
entrevista coletiva, os delegados Jocel Beserra Dantas, Andrade Júnior e
Jairo Pequeno deram detalhes das investigações policiais e das prisões
FOTO: ALEX COSTA
Prefeito afastado é alvo de uma ação pública na Justiça Federal por não repassar R$ 1,8 milhão do Fundo do Servidor
A
sequência de ´escândalos´ envolvendo gestores públicos cearenses em
desvio de verbas ganha mais um capítulo, um dia após uma operação que
culminou na prisão de 16 pessoas ligadas à Prefeitura de Paraipaba.
A
Justiça Federal no Ceará acatou uma Ação Civil Pública proposta pelo
Ministério Público Federal contra o prefeito afastado do Município de
Senador Pompeu (275Km de Fortaleza), Antônio Teixeira de Oliveira.
O
prefeito afastado, que já passou cerca de seis meses preso
preventivamente, por ordem do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, é
acusado de vários delito, tais como formação de quadrilha e desvio de
verbas públicas. Desta vez, vai responder de crime de improbidade
administrativa pelo não recolhimento de valores do Programa de Formação
do Patrimônio do Servidor (Pasep) e de não apresentar documentos sobre
gastos de dinheiro oriundo do Governo Federal.
Rombo
Conforme
a ação de improbidade administrativa formulada pela pelo Ministério
Público Federal, e já acolhida pela juíza federal Gisele Chaves Sampaio
Alcântara, titular da 24ª Vara da Justiça Federal no Ceará, o então
prefeito teria causado prejuízos da ordem de R$ 3,2 milhões aos cofres
públicos, através de diversas irregularidades administrativas que
resultaram no não recolhimento de contribuição do Pasep (R$1,8 milhão),
juros pelo não recolhimento (R$ 437,1 mil), multa de ofício (R$ 832,8
mil) e, ainda, multa de mora (R$112,2 mil), perfazendo o total de R$
3.229,674,43.
Conforme a Ação Civil do MPF, "o réu, na qualidade
de prefeito do Município de Senador Pompeu, teria agido por má-fé,
negligência ou intenção, ensejando a prática de irregularidades de
natureza tributária".
O político, no entanto, pode ainda recorrer
da decisão, muito embora esteja sendo também investigado na esfera
estadual, através da Procuradoria Geral da Justiça (PGJ) e do próprio
Tribunal de Justiça Estadual. Em fevereiro último, Teixeira foi posto em
liberdade por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) depois de
vários meses presos no Quartel do Corpo de Bombeiros Militar, em
Fortaleza. Ao ser solto, teria mandado realizar uma festa de Carnaval em
Senador Pompeu, fato que levou o Ministério Público a pedir
providências ao TJCE.
Quadrilha
Não
apenas o prefeito afastado responde a diversos crimes. Quase a
totalidade de seus ex-assessores também acabaram presos durante uma
operação da Polícia Civil e da Procuradoria de Combate dos Crimes Contra
a Administração Pública (Procap), em junho do ano passado. Foram
expedidos 30 mandados de prisão preventiva pelo TJCE. Todos os acusados
fugiram e só decidiram se apresentar à Polícia várias semanas depois,
deixando a Prefeitura abandonada.
Entre os acusados dos crimes de
fraudes, falsificação de documentos públicos, desvio de verbas,
estelionato, peculato e enriquecimento ilícito estão também donos de
empresas prestadoras de serviços à Prefeitura. Teixeira nega os crimes,
assim como o vice, Luís Flávio Mendes.
PROTAGONISTA
Gestor afastado foi último a sair da cadeia
Em
recente decisão, a Justiça Estadual revogou o sigilo que era assegurado
nas investigações sobre o desvio de verbas públicas estaduais na
Prefeitura de Senador Pompeu. O prefeito afastado Antônio Teixeira de
Oliveira e mais 29 pessoas, a maioria seus assessores diretos, tiveram
prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça, em junho do ano
passado. Paulatinamente, todos acabaram sendo soltos. Antônio Teixeira
foi o último a deixar a cadeia
Antônio Teixeira de oliveira
Prefeito afastado
Suspeitos prestam depoimento ao MP
Oito
das 16 pessoas presas na operação que investiga desvio de verbas
públicas e fraudes em licitações no Município de Paraipaba (distante
124Km de Fortaleza) prestaram depoimento na tarde de ontem.
Sob
escolta de policiais civis da Divisão Anti Sequestro (DAS) e da
Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), os suspeitos, presos anteontem,
foram levados para a sede da Procuradoria dos Crimes Contra a
Administração Pública (Procap) e até o começo da noite ainda permaneciam
nas dependências do órgão.
De acordo com o diretor do
Departamento de Polícia Especializada (DPE), delegado Jairo Façanha
Pequeno, três mulheres e cinco homens foram levados para a Procap. Os
gestores prestaram esclarecimentos ao promotor da Comarca de Paraipaba
Igor Pinheiro. Durante o dia de hoje, novos depoimentos devem ocorrer
com as demais pessoas detidas durante a ação, que contou com o apoio da
Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Segundo o
Ministério Público do Ceará (MP/CE), há suspeita de que o montante
fraudado seja de aproximadamente R$ 2 milhões. Dos 11 secretários do
Município, oito foram presos, além do presidente e mais três integrantes
da Comissão de Licitação do Município.
Entre os presos estão,
Luanda Araújo Alcântara (secretária de Saúde), Maria Vanderli Cordeiro
Damasceno (secretária de Educação e Cultura) e José Roberto do Carmo de
Oliveira (da Comissão de Licitação).
FERNANDO RIBEIRO
EDITOR DE POLÍCIA
Diário do Nordeste
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