quinta-feira, 29 de março de 2012

Dilma volta a criticar protecionismo

Clique para Ampliar
A líder brasileira recebeu ontem o título de doutora 'honoris causa' da Universidade de Nova Délhi
FOTO: REUTERS
A presidente brasileira condenou, mais uma vez, as políticas dos EUA e da Europa para combater a crise
Nova Délhi. A presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a criticar ontem o que chamou de "novas formas de protecionismo" de países que adotam políticas que ampliam a injeção de moeda na economia. A crítica foi feita após receber o título de doutora "honoris causa" da Universidade de Nova Délhi, na Índia. Ela está no país para participar da quarta reunião de cúpula dos Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que começou ontem.

"A crise não vai ser resolvida com meras medidas de austeridade como consolidação fiscal e desvalorização da força de trabalho e menos ainda por meio de políticas expansionistas que provoquem guerra cambial e introduzem no mundo novas e perversas formas de protecionismo", disse a líder brasileira.

Para a presidente, a crise financeira "ainda provoca preocupação, pelo impacto que tem sobre as perspectivas de crescimento global". No texto previamente elaborado e distribuído pela universidade, em inglês, para os que participavam da cerimônia, Dilma citou "o tsunami monetário" provocado pelas políticas expansionistas. Mas ao discursar, omitiu a expressão.

Ações bilaterais
Ao receber a honraria, a presidente falou dos objetivos comuns de Brasil e Índia em combater a miséria e trabalhar pelo desenvolvimento. Para ela, a necessidade da presença permanente dos dois países nos organismos e fóruns que deliberam sobre a paz e a segurança global é hoje um consenso entre aqueles que prezam o multilateralismo.

"É difícil imaginar algum debate internacional, alguma instância de discussão, em que a opinião de Índia e Brasil não sejam valorizadas e, mesmo, demandadas", ressaltou.

Na opinião da presidente, a participação ativa dos dois países nos grandes debates internacionais contribui para tornar a governança global mais democrática, legítima e eficaz".

Segundo Dilma, Brasil e Índia serão chamados, cada vez mais, "a desempenhar um papel central no encaminhamento das principais questões da agenda internacional".

De acordo com a presidente brasileira, "o crescente peso de nossas economias (Brasil e Índia) reforça nossa credibilidade e acentua o potencial de nossa cooperação bilateral e inserção internacional".

Reforma das instituições

A líder brasileira defendeu, ainda, as reformas do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e das instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Dilma disse que Brasil e Índia querem um sistema internacional "mais democrático´´.

"O Brasil e a Índia compartilham o desejo de construir um sistema internacional mais democrático, enraizado no direito internacional, voltado para a cooperação e a paz", ressaltou.

De acordo com os líderes dos Brics, a economia sólida e em crescimento dos países do bloco deve ser considerada para essas mudanças sugeridas nos órgãos internacionais.

No discurso, a presidente reiterou ainda que o Brasil apoia as negociações pacíficas na busca por acordos em regiões em crise, como a Síria e o Afeganistão, sem a ingerência de forças e pressão estrangeiras.

Banco de financiamento

A criação de um banco de financiamento exclusivo para os países dos Brics, que funcionaria como opção de financiamento de projetos de infraestrutura, foi o tema da reunião bilateral entre o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e a presidente Dilma Rousseff, ontem.

Ambos concordam que a criação serviria para suprir a limitação de investimento que existe hoje no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional.

Os líderes vão discutir e aprofundar a questão com os outros países que integram o bloco dos emergentes.

Diário do Nordeste

0 comentários:

Postar um comentário

Todos os comentários são lidos e moderados previamente
São publicados aqueles que respeitam as regras abaixo:

-Seu comentário precisa ter relação com o assunto da matéria
- Não serão aceitos comentários difamatórios
- Em hipótese alguma faça propaganda de outros sites ou blogs

Os Comentários dos leitores não refletem as opiniões do do TR.