Usuário
de banda larga de internet pode ser enganado pelo programa oferecido
nos sites das operadoras para medir velocidade de conexão
FOTO: WALESKA SANTIAGO
Prestadoras devem oferecer gratuitamente programa para medição da velocidade da conexão de banda larga
São Paulo Quem usa banda larga de internet corre o risco de ser enganado pelo programa oferecido nos sites das operadoras de banda larga para medir a velocidade de conexão - o Speedtest, usado por todas as empresas brasileiras. Especialistas consideram o software incompleto por não informar todos os indicadores definidos pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), distorcendo as informações fornecidas, ou seja, mostra uma velocidade que não é real. Foi o que constatou uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Desde o dia 29 de fevereiro as prestadoras de serviço fixo de internet são obrigadas a oferecer gratuitamente aos clientes um programa para medição da velocidade da conexão de banda larga. A determinação consta do Regulamento de Gestão da Qualidade do Serviço de Comunicação Multimídia (RGQ-SCM), em vigor desde a aprovação da Resolução nº 574 da Anatel, em outubro de 2011. Já as empresas de banda larga móvel têm até outubro para oferecer o software.
"As medições do software não geram punição automática para as operadoras, mas servirão de subsídio para reclamação do consumidor", explica a advogada do Idec, Veridiana Alimonti. Pelas normas do Grupo de Implantação de Processos de Aferição da Qualidade (Gipaq), o software deve fornecer data, hora e localização da medição, velocidade instantânea, latência bidirecional, variação de latência e taxa de perda de pacotes.
Só que a pesquisa do Idec constatou que o Speedtest (oferecido por NET, OI, Telefônica, Embratel, GVT, CTBC Telecom, Sercomtel e a Cabo Telecom) não mostra todos os itens. "O software não cumpre todas as normas do Gipaq, pois não revela o resultado da variação de latência, média e taxa de perda de pacotes", diz Veridiana.
Prazos
A Anatel informou que "as demais funcionalidades do software deverão estar disponíveis a partir de 21 de março". As empresas, porém, alegam prazos diferentes para colocar em prática todas as funções do programa. A Telefônica, por exemplo, diz que o prazo é a partir 1º de outubro de 2012; a CTBC, 23 de outubro. Apenas a Sercomtel reconhece o mesmo prazo que a Anatel. As prestadoras que não cumprirem as determinações poderão ser multadas. O Idec recomenda outro programa para testar a conexão: o Sistema de Medição de Tráfego de Última Milha (Simet), mapeado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Horacio Belfort, presidente da Associação Brasileira dos Usuários de Acesso Rápido (Abusar) concorda. "O Speedtest existe há cinco anos, é gratuito e menos confiável. Foi escolhido pelas empresas porque a medição é deficiente.
O Simet foi preterido porque é bom demais." Ele diz que o Speedtest mede apenas os servidores mais próximos aos clientes (nas redes das próprias operadoras) e não os pontos de troca de tráfego, em todas as redes que compõem a internet. "Os resultados podem ser manipulados, com o envio de sinal de resposta mais forte para que os resultados no teste sejam bons "
Metas de qualidade
A Resolução nº 574 da Anatel estabelece também padrões de qualidade para o serviço com um porcentual mínimo da velocidade contratada. A partir de outubro, quando a medida passa a ser obrigatória, as operadoras deverão cumprir pelo menos 20% do pacote contratado no momento da conexão. O porcentual sobe para 30% em 2013 e 40% em 2014. Em relação à velocidade média do pacote contratado, a obrigação será de pelo menos 60% em outubro deste ano, 70% em 2013 e 80% em 2014. A obrigatoriedade valerá para o período de maior tráfego de dados, entre 10h e 22h. Pela resolução, as operadoras devem cumprir obrigações em 99% do tempo - dentro de um mês, o serviço poderá ficar abaixo do esperado por, no máximo, sete horas.
São Paulo Quem usa banda larga de internet corre o risco de ser enganado pelo programa oferecido nos sites das operadoras de banda larga para medir a velocidade de conexão - o Speedtest, usado por todas as empresas brasileiras. Especialistas consideram o software incompleto por não informar todos os indicadores definidos pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), distorcendo as informações fornecidas, ou seja, mostra uma velocidade que não é real. Foi o que constatou uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Desde o dia 29 de fevereiro as prestadoras de serviço fixo de internet são obrigadas a oferecer gratuitamente aos clientes um programa para medição da velocidade da conexão de banda larga. A determinação consta do Regulamento de Gestão da Qualidade do Serviço de Comunicação Multimídia (RGQ-SCM), em vigor desde a aprovação da Resolução nº 574 da Anatel, em outubro de 2011. Já as empresas de banda larga móvel têm até outubro para oferecer o software.
"As medições do software não geram punição automática para as operadoras, mas servirão de subsídio para reclamação do consumidor", explica a advogada do Idec, Veridiana Alimonti. Pelas normas do Grupo de Implantação de Processos de Aferição da Qualidade (Gipaq), o software deve fornecer data, hora e localização da medição, velocidade instantânea, latência bidirecional, variação de latência e taxa de perda de pacotes.
Só que a pesquisa do Idec constatou que o Speedtest (oferecido por NET, OI, Telefônica, Embratel, GVT, CTBC Telecom, Sercomtel e a Cabo Telecom) não mostra todos os itens. "O software não cumpre todas as normas do Gipaq, pois não revela o resultado da variação de latência, média e taxa de perda de pacotes", diz Veridiana.
Prazos
A Anatel informou que "as demais funcionalidades do software deverão estar disponíveis a partir de 21 de março". As empresas, porém, alegam prazos diferentes para colocar em prática todas as funções do programa. A Telefônica, por exemplo, diz que o prazo é a partir 1º de outubro de 2012; a CTBC, 23 de outubro. Apenas a Sercomtel reconhece o mesmo prazo que a Anatel. As prestadoras que não cumprirem as determinações poderão ser multadas. O Idec recomenda outro programa para testar a conexão: o Sistema de Medição de Tráfego de Última Milha (Simet), mapeado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Horacio Belfort, presidente da Associação Brasileira dos Usuários de Acesso Rápido (Abusar) concorda. "O Speedtest existe há cinco anos, é gratuito e menos confiável. Foi escolhido pelas empresas porque a medição é deficiente.
O Simet foi preterido porque é bom demais." Ele diz que o Speedtest mede apenas os servidores mais próximos aos clientes (nas redes das próprias operadoras) e não os pontos de troca de tráfego, em todas as redes que compõem a internet. "Os resultados podem ser manipulados, com o envio de sinal de resposta mais forte para que os resultados no teste sejam bons "
Metas de qualidade
A Resolução nº 574 da Anatel estabelece também padrões de qualidade para o serviço com um porcentual mínimo da velocidade contratada. A partir de outubro, quando a medida passa a ser obrigatória, as operadoras deverão cumprir pelo menos 20% do pacote contratado no momento da conexão. O porcentual sobe para 30% em 2013 e 40% em 2014. Em relação à velocidade média do pacote contratado, a obrigação será de pelo menos 60% em outubro deste ano, 70% em 2013 e 80% em 2014. A obrigatoriedade valerá para o período de maior tráfego de dados, entre 10h e 22h. Pela resolução, as operadoras devem cumprir obrigações em 99% do tempo - dentro de um mês, o serviço poderá ficar abaixo do esperado por, no máximo, sete horas.
Diário do Nordeste
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