Os imóveis residenciais terão a maior média de aumento: 13,66%
FOTO: MIGUEL PORTELA
O aumento na tarifa de água já foi aprovado pelas agências reguladoras e entrará em vigor no fim de abril
A Cagece aplicará, este ano, um reajuste médio de 12,91% na tarifa de água e esgoto dos consumidores dos 150 municípios cearenses aos quais presta serviço, incluindo Fortaleza.
O aumento - que é o maior em, pelo menos, oito anos - já foi aprovado pelas agências reguladoras e entrará em vigor a partir do fim de abril, de forma proporcional, e será cobrado plenamente em maio.
O reajuste foi autorizado pela Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (Acfor) e Agência de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce), que analisaram o pleito da companhia e suas contas referentes ao período de janeiro a dezembro de 2010. De acordo com nota técnica da Arce, o percentual de 12,91%, informado pela Cagece como sendo o "aumento médio ponderado" representa a receita a mais prevista pela Cagece com o reajuste. Se considerado, no entanto, a tarifa média autorizada pela agência, que passará dos atuais R$ 1,88 para R$ 2,19, o aumento será da ordem de 16,49%.
O reajuste não é linear, variando de acordo com o tipo de imóvel. Os imóveis residenciais terão a maior média de aumento, chegando a 13,66%. Entretanto, deste grupo, há três categorias, com reajustes diferenciados. O residencial social, com demanda máxima de 10 metros cúbicos de água, ou 10 mil litros, terá reajuste de 6,15%.
O residencial popular terá reajuste médio de 9,09% e, por último, o residencial normal terá média de 24,06%. O aumento mais elevado nessa última categoria ocorre porque estão sendo reduzidos, a partir de agora, os subsídios dados à classe. "Estas são residências de padrão médio e alto, que tinham um subsídio de 37%, e agora terão 17%", explica gerente de Mercado e Concessões da Cagece, João Rodrigues Neto. Segundo informou a Cagece, a categoria residencial social permanece pagando pelo consumo real, sem tarifa mínima, com distribuição uniforme do subsídio para um consumo até 10 metros cúbicos.
A categoria comercial, por sua vez, terá média de reajuste de 13,8%; a industrial, de 10,65% e, a pública, de 10,65%.
De acordo com o gerente da companhia, o índice de reajuste mais elevado este ano é para "reduzir uma defasagem histórica". "A Cagece está há 17 meses sem reajuste, e deveria fazer isso a cada 12 meses. Portanto, temos que atualizar as tarifas para ficarem mais próximas do nosso custo médio pela prestação dos serviços de água e esgoto", afirma.
Meta de R$ 2,40
Segundo ele, o custo pela prestação do serviço pago por cada metro cúbico de água pela concessionária é de R$ 2,40, e este valor é a meta que a Cagece quer alcançar para a tarifa.
"Estamos trabalhando para manter a estrutura de custos enxuta. Nós temos um dos menores índices de perda de água do País, por isso o preço da tarifa é o segundo menor do Brasil, perdendo apenas para o do Maranhão. Enquanto a média nacional da perda de água no abastecimento é de 40%, a nossa é de 25%. Há estados onde a perda chega a superar os 60%", conta.
Mudança
Desde dezembro de 2010, o cliente da Cagece vem pagando, na taxa de esgoto, o valor correspondente a 80% do seu consumo. Este ano, esta regra continua, entretanto, a partir desta revisão, serão cobradas tarifas diferentes para o abastecimento de água e para o serviço de esgoto. Somente as categorias residencial popular e residencial social - que representam atualmente, aponta a Cagece, 73,41% dos clientes - continuarão pagando uma tarifa unificada para os dois serviços.
Entre os imóveis residenciais, os valores para o abastecimento de água variarão entre R$ 0,69 e R$ 7,60 para o metro cúbico. Já para esgoto, ficarão entre R$ 0,69 e R$ 8,36.
SÉRGIO DE SOUSA
REPÓRTER
OPINIÃO
Patamar muito elevado não se justifica
Um reajuste dessa proporção é uma falta de respeito ao cidadão. O certo era vir a conta de água, avisando sobre o reajuste com antecedência. Para piorar, ainda não ficamos sabendo diretamente pelo órgão responsável pelo fornecimento de água, que é a Cagece. Além disso, o abastecimento, um serviço extremamente necessário, não é regular. Pelo contrário, é precário. Não tem aviso prévio sobre o período sem abastecimento e a gente não pode se preparar. Aí fica sem água, dependendo do poço do vizinho ou da caixa d´água maior que a nossa e, quando chega no fim do mês, a conta vem do mesmo jeito.
Nathalie Araújo
Empregada pública federal
A Cagece aplicará, este ano, um reajuste médio de 12,91% na tarifa de água e esgoto dos consumidores dos 150 municípios cearenses aos quais presta serviço, incluindo Fortaleza.
O aumento - que é o maior em, pelo menos, oito anos - já foi aprovado pelas agências reguladoras e entrará em vigor a partir do fim de abril, de forma proporcional, e será cobrado plenamente em maio.
O reajuste foi autorizado pela Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental (Acfor) e Agência de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce), que analisaram o pleito da companhia e suas contas referentes ao período de janeiro a dezembro de 2010. De acordo com nota técnica da Arce, o percentual de 12,91%, informado pela Cagece como sendo o "aumento médio ponderado" representa a receita a mais prevista pela Cagece com o reajuste. Se considerado, no entanto, a tarifa média autorizada pela agência, que passará dos atuais R$ 1,88 para R$ 2,19, o aumento será da ordem de 16,49%.
O reajuste não é linear, variando de acordo com o tipo de imóvel. Os imóveis residenciais terão a maior média de aumento, chegando a 13,66%. Entretanto, deste grupo, há três categorias, com reajustes diferenciados. O residencial social, com demanda máxima de 10 metros cúbicos de água, ou 10 mil litros, terá reajuste de 6,15%.
O residencial popular terá reajuste médio de 9,09% e, por último, o residencial normal terá média de 24,06%. O aumento mais elevado nessa última categoria ocorre porque estão sendo reduzidos, a partir de agora, os subsídios dados à classe. "Estas são residências de padrão médio e alto, que tinham um subsídio de 37%, e agora terão 17%", explica gerente de Mercado e Concessões da Cagece, João Rodrigues Neto. Segundo informou a Cagece, a categoria residencial social permanece pagando pelo consumo real, sem tarifa mínima, com distribuição uniforme do subsídio para um consumo até 10 metros cúbicos.
A categoria comercial, por sua vez, terá média de reajuste de 13,8%; a industrial, de 10,65% e, a pública, de 10,65%.
De acordo com o gerente da companhia, o índice de reajuste mais elevado este ano é para "reduzir uma defasagem histórica". "A Cagece está há 17 meses sem reajuste, e deveria fazer isso a cada 12 meses. Portanto, temos que atualizar as tarifas para ficarem mais próximas do nosso custo médio pela prestação dos serviços de água e esgoto", afirma.
Meta de R$ 2,40
Segundo ele, o custo pela prestação do serviço pago por cada metro cúbico de água pela concessionária é de R$ 2,40, e este valor é a meta que a Cagece quer alcançar para a tarifa.
"Estamos trabalhando para manter a estrutura de custos enxuta. Nós temos um dos menores índices de perda de água do País, por isso o preço da tarifa é o segundo menor do Brasil, perdendo apenas para o do Maranhão. Enquanto a média nacional da perda de água no abastecimento é de 40%, a nossa é de 25%. Há estados onde a perda chega a superar os 60%", conta.
Mudança
Desde dezembro de 2010, o cliente da Cagece vem pagando, na taxa de esgoto, o valor correspondente a 80% do seu consumo. Este ano, esta regra continua, entretanto, a partir desta revisão, serão cobradas tarifas diferentes para o abastecimento de água e para o serviço de esgoto. Somente as categorias residencial popular e residencial social - que representam atualmente, aponta a Cagece, 73,41% dos clientes - continuarão pagando uma tarifa unificada para os dois serviços.
Entre os imóveis residenciais, os valores para o abastecimento de água variarão entre R$ 0,69 e R$ 7,60 para o metro cúbico. Já para esgoto, ficarão entre R$ 0,69 e R$ 8,36.
SÉRGIO DE SOUSA
REPÓRTER
OPINIÃO
Patamar muito elevado não se justifica
Um reajuste dessa proporção é uma falta de respeito ao cidadão. O certo era vir a conta de água, avisando sobre o reajuste com antecedência. Para piorar, ainda não ficamos sabendo diretamente pelo órgão responsável pelo fornecimento de água, que é a Cagece. Além disso, o abastecimento, um serviço extremamente necessário, não é regular. Pelo contrário, é precário. Não tem aviso prévio sobre o período sem abastecimento e a gente não pode se preparar. Aí fica sem água, dependendo do poço do vizinho ou da caixa d´água maior que a nossa e, quando chega no fim do mês, a conta vem do mesmo jeito.
Nathalie Araújo
Empregada pública federal
Diário do Nordeste
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