quarta-feira, 21 de março de 2012

45 casos de KPC são confirmados

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Dois dos pacientes com KPC morreram no Instituto do Câncer do Ceará (ICC)
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Todas as ocorrências foram confirmadas por exames laboratoriais, mas ainda passarão por teste feito fora do Ceará
Hoje, já são 45 casos de pacientes infectados pela bactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemas (KPC). Todos foram confirmados por exames laboratoriais realizados no Ceará. A informação foi divulgada, ontem, pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). O órgão já havia comprovado, na última sexta-feira, 27 casos suspeitos de pacientes com KPC. Destes, 25 em hospitais públicos e outros dois casos da bactéria que tiveram óbitos confirmados pelo Instituto do Câncer do Ceará (ICC), unidade privada. Porém, o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonsêca, afirmou a existência de outros 18 casos suspeitos em hospitais particulares, o que totaliza 45.

Segundo ele, apesar de todos terem se submetido a exames realizados em um laboratório particular, os quais deram resultados positivos, o Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) aguarda, ainda, a chegada de kits biomoleculares, chamados de teste ouro, vindos de fora do Estado para exata comprovação. Conforme Fonsêca, os exames devem ser realizados a partir do dia 30 deste mês. No próximo dia 3 de abril, os resultados devem ser divulgados. "Os exames realizados nos laboratórios do Ceará geram um diagnóstico de potenciais positivos, já o teste ouro é a confirmação exata" explica o coordenador.

Nesta semana, duas mortes foram confirmadas no ICC por contaminação pela KPC. Havia outros cinco pacientes suspeitos na unidade, mas o diretor clínico do hospital, Reginaldo Ferreira, divulgou que o resultado dos exames realizados deu negativo. Esses casos, segundo Manoel Fonsêca, não precisarão passar por teste, somente os positivos.

Óbitos
Segundo Ferreira, no caso dos dois óbitos, os pacientes estavam dentro de um contexto de gravidade. Eram pessoas que não tinham somente a infecção pela bactéria. "A causa da morte não foi o KPC, já que esses pacientes tinham o diagnóstico de câncer avançado", destaca.

Ainda de acordo com ele, o exame de cultura realizado por um laboratório terceirizado pela unidade é de total confiança e trabalha dentro das regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. "Temos 99% de certeza do diagnóstico realizado. Porém, podemos, sim, refazer os testes", destaca. Conforme Manoel Fonsêca, a KPC é uma infecção hospitalar que acomete, principalmente, pacientes que estão debilitados, imunodeprimidos e que passam muito tempo internados em leitos de UTI com uso prolongado de antibióticos de amplo espectro.

"Todo mês, em alguma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Ceará e do Brasil, morrem pacientes vítimas de KPC. Não temos como evitar que as pessoas que estão expostas a uma patologia crônica peguem uma bactéria super resistente". Apesar de ressaltar que não há risco de surtos ou epidemias devido ao KPC, o coordenador destaca a importância da atuação de uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar em todos os hospitais que possuem UTIs.

Segundo Fonsêca, essas equipes são formadas, geralmente, por um médico, uma enfermeira e um farmacêutico, os quais são responsáveis por analisar e detectar qualquer tipo de infecção nos pacientes que estão internados na UTI.

"Todos os seis hospitais públicos de responsabilidade do Estado, localizados em Fortaleza, possuem Comissões de Controle de Infecções Hospitalares. Essa equipe é fundamental para evitar mortes por infecções bacterianas", diz o especialista. A secretaria divulgou uma nota técnica sobre os cuidados preventivos contra a infecção pela bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase, elaborada pela Coordenadoria de Promoção e Proteção à Saúde. O texto alerta os profissionais de saúde e as pessoas que acompanham e visitam doentes nos hospitais sobre a necessidade de higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel.

Epidemia

De acordo com a Sesa, os hospitais não são obrigados a informar os casos da bactéria porque elas não têm capacidade de causar epidemia. Geralmente, são situações restritas de pacientes internados em UTIs. "A KPC é uma bactéria que provoca pneumonia, não é de notificação compulsória e é muito comum em hospitais", diz Fonsêca.

Diagnóstico
25 casos suspeitos da superbactéria, que ainda terão a confirmação exata, por meio do teste ouro, vindo de outro Estado, estão em hospitais públicos do Ceará

KARLA CAMILA
REPÓRTER

Diário do Nordeste

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