Os dados confirmam a realidade cotidiana dos hospitais como o IJF e HGF
RODRIGO CARVALHO
Fortaleza
é a cidade brasileira com o quinto pior atendimento pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) dentre os municípios com estruturas de saúde pública mais
complexas. A informação é do Ministério da Saúde, que lançou, ontem, o
Índice de Desempenho do SUS (IDSUS), estudo cujo objetivo é verificar, a
cada três anos, o desempenho dos serviços oferecidos pelo SUS nos
municípios.
De zero a dez, a Capital cearense obteve nota 5,18, ficando abaixo da média nacional, que foi 5,4. Acima de Fortaleza, também com os piores índices, vêm Brasília (5,09), Maceió (5,04), Belém (4,57) e Rio de Janeiro (4,33), com a menor nota.
Para realizar o ranqueamento, o Ministério da Saúde dividiu os municípios em seis grupos, levando em consideração perfis socioeconômico e de estrutura de saúde. De acordo com o critério adotado, nos grupos 1 (29 municípios) e 2 (94 municípios), estão as cidades mais ricas, como Fortaleza; nos grupos 3 (632 municípios) e 4 (587 municípios), estão as com pouca estrutura de média e alta complexidade; e, nos grupos 5 (2.038 cidades) e 6 (2.183), as menores, com pouco ou nenhum atendimento especializado.
Longa espera
A pesquisa só vem confirmar uma realidade que pode ser vista, todos os dias, nas unidades públicas de saúde instaladas em Fortaleza, como o Instituto Doutor José Frota (IJF), o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), os Frotinhas e Gonzaguinhas.
A dona de casa Francisca Lúcia Sousa, 59, por exemplo, espera que o filho passe por uma cirurgia na clavícula. Francisco Willians Sousa Gomes, 29, está internado no Hospital Distrital Edmilson Barros de Oliveira (Frotinha de Messejana) desde o dia 3 de fevereiro.
Ele sofreu um acidente de moto e aguarda ser encaminhado ao IJF. "Vão esperar até quando? Até ele morrer de dor ou de tristeza na maca, largado em um corredor?", lamenta a senhora.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), José Maria Pontes, o SUS ainda precisa avançar em todo do Brasil. Na Capital, segundo ele, o grande problema são os setores de urgência e emergência, que não acompanham o crescimento populacional da Cidade, tanto na estrutura quanto no número de funcionários.
"A demanda é muito maior do que a rede hospitalar. Falta colocar a saúde pública para funcionar. Os Frotinhas e Gonzaguinhas, por exemplo, há 20 anos permanecem com a mesma estrutura. Falta vontade política para ampliar a rede e contratar mais médicos", destaca.
Ampliação
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informa que, para Fortaleza, o Governo do Estado prevê, além da construção das quatro Unidade de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas, a ampliação e reforma de todos os oito hospitais da rede estadual: HGF, Hospital de Messejana, Hospital Infantil Albert Sabin, Hospital Geral Doutor César Cals, Hospital Waldemar Alcântara, Hospital São José, Hospital de Saúde Mental de Messejana e Hospital Geral da Polícia Militar.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que ainda não avaliou o relatório do Ministério da Saúde. Por isso, não quis comentar o IDSUS de Fortaleza.
RAONE SARAIVA
ESPECIAL PARA CIDADE
De zero a dez, a Capital cearense obteve nota 5,18, ficando abaixo da média nacional, que foi 5,4. Acima de Fortaleza, também com os piores índices, vêm Brasília (5,09), Maceió (5,04), Belém (4,57) e Rio de Janeiro (4,33), com a menor nota.
Para realizar o ranqueamento, o Ministério da Saúde dividiu os municípios em seis grupos, levando em consideração perfis socioeconômico e de estrutura de saúde. De acordo com o critério adotado, nos grupos 1 (29 municípios) e 2 (94 municípios), estão as cidades mais ricas, como Fortaleza; nos grupos 3 (632 municípios) e 4 (587 municípios), estão as com pouca estrutura de média e alta complexidade; e, nos grupos 5 (2.038 cidades) e 6 (2.183), as menores, com pouco ou nenhum atendimento especializado.
Longa espera
A pesquisa só vem confirmar uma realidade que pode ser vista, todos os dias, nas unidades públicas de saúde instaladas em Fortaleza, como o Instituto Doutor José Frota (IJF), o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), os Frotinhas e Gonzaguinhas.
A dona de casa Francisca Lúcia Sousa, 59, por exemplo, espera que o filho passe por uma cirurgia na clavícula. Francisco Willians Sousa Gomes, 29, está internado no Hospital Distrital Edmilson Barros de Oliveira (Frotinha de Messejana) desde o dia 3 de fevereiro.
Ele sofreu um acidente de moto e aguarda ser encaminhado ao IJF. "Vão esperar até quando? Até ele morrer de dor ou de tristeza na maca, largado em um corredor?", lamenta a senhora.
Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), José Maria Pontes, o SUS ainda precisa avançar em todo do Brasil. Na Capital, segundo ele, o grande problema são os setores de urgência e emergência, que não acompanham o crescimento populacional da Cidade, tanto na estrutura quanto no número de funcionários.
"A demanda é muito maior do que a rede hospitalar. Falta colocar a saúde pública para funcionar. Os Frotinhas e Gonzaguinhas, por exemplo, há 20 anos permanecem com a mesma estrutura. Falta vontade política para ampliar a rede e contratar mais médicos", destaca.
Ampliação
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informa que, para Fortaleza, o Governo do Estado prevê, além da construção das quatro Unidade de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas, a ampliação e reforma de todos os oito hospitais da rede estadual: HGF, Hospital de Messejana, Hospital Infantil Albert Sabin, Hospital Geral Doutor César Cals, Hospital Waldemar Alcântara, Hospital São José, Hospital de Saúde Mental de Messejana e Hospital Geral da Polícia Militar.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que ainda não avaliou o relatório do Ministério da Saúde. Por isso, não quis comentar o IDSUS de Fortaleza.
RAONE SARAIVA
ESPECIAL PARA CIDADE
Diário do Nordeste
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