sexta-feira, 16 de março de 2012

Ativistas sírios enojados com e-mails

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Uma multidão saiu às ruas de diversas cidades sírias, ontem, em um show orquestrado de lealdade ao presidente Bashar al Assad
FOTO: REUTERS
Quando os protestos na Síria completam um ano, o The Guardian revela ter obtido três mil e-mails de Assad

Beirute. Ativistas sírios disseram ontem que ficaram enojados com os e-mails que pareciam mostrar o presidente da Síria, Bashar al Assad, e a esposa comprando música pop e itens de luxo, enquanto o país sofre com o derramamento de sangue há um ano. A Organização das Nações Unidas estima que cerca de oito mil pessoas morreram nesse período.

O jornal britânico The Guardian disse que obteve cerca de 3 mil e-mails de Assad e de sua esposa Asma. Os e-mails, nem todos verificados pelo jornal ainda, mostram Assad obtendo conselhos com o Irã sobre como conter a revolta na Síria.

Os e-mails também revelaram Asma, nascida na Grã-Bretanha, comprando colares de joias de Paris, e Assad fazendo download de músicas, o que, na opinião de ativistas, mostra o desapego da família governante a uma crise que está arrastando a Síria para a beira de uma guerra civil e colapso econômico.

"Ele estava baixando músicas do iTunes, enquanto seu Exército estava nos atacando. Sua esposa estava comprando coisas caras da Amazon, isso faz me sentir nojo", disse um ativista chamado Rami, em Homs.

Poucos ativistas tinham esperança de que os e-mails teriam um impacto sobre os muitos sírios que não aderiram à oposição. "Ninguém vai ouvir sobre isso na Síria. Depois de amanhã eles serão esquecidos ... os sírios não estão lendo muito", disse Ayman Abdel Nour, um ex-assessor de Assad, que deixou a Síria em 2007.

Pró- Assad

Uma multidão saiu às ruas de diversas cidades sírias ontem, em um show orquestrado de lealdade ao presidente Bashar al Assad. A data marca o primeiro aniversário da revolta contra o governo dele. Servidores e estudantes teriam sido convocados.

A mídia oficial anunciou que as forças do governo haviam liberado a cidade de Idlib, no noroeste do país, de "terroristas armados", sugerindo que o Exército ganhava terreno no levante.

Ativistas da oposição disseram que os soldados dispararam contra pessoas que tentavam participar de protestos contra o regime em diversos locais e relataram evidências de novas atrocidades, incluindo a descoberta de 23 corpos.

A televisão estatal mostrou milhares de pessoas no centro de Damasco, acenando com retratos de Assad e bandeiras da Síria, da Rússia e da China. A televisão exibiu imagens de manifestações em diversas cidades, incluindo Deraa, epicentro do movimento de protesto inicial em 2011. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, anunciou ontem que passou de 8 mil o número de mortos na Síria, e qualificou de "brutal" a repressão do regime do ditador Bashar al Assad. 
 
Diário do Nordeste

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