quinta-feira, 22 de março de 2012

´Ceará já sente efeitos do Brasil sem Miséria´

Clique para Ampliar
No Estado, 1,5 milhão de famílias vivem na extrema pobreza
FOTO: DANIEL ROMAN
Técnicos do MDS avaliam que o Plano Brasil sem Miséria possibilitou a expansão do Bolsa Família no CE

O Plano Brasil sem Miséria já causou efeitos no Ceará. A avaliação foi feita ontem, pelo secretário extraordinário para Superação da Extrema Pobreza do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome (MDS), Tiago Falcão, durante o XIV Encontro Nacional do Congemas (Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social), no Centro de Convenções. Em vigor desde junho de 2011, o plano tem o objetivo de superar a extrema pobreza, alcançando, até 2014, 16,2 milhões de brasileiros que vivem nessa situação.

No Ceará, 1,5 milhão de famílias vivem na extrema pobreza, sendo 48,3% na zona urbana e 51,7% na área rural. Eles representam 17,79% da população total do Estado (8,4 milhões, sendo 75,1% em meio urbano e 24,9% na zona rural).

"Desde que o Plano Brasil sem Miséria foi lançado houve uma expansão da cobertura do programa Bolsa Família no Ceará, passando de 1,03 milhão de beneficiários, em junho, para 1,07 milhão, em dezembro do ano passado", informou Falcão. "O benefício médio também cresceu: de R$ 98 para R$ 120". Neste período, o cadastro único incluiu 40 mil famílias por meio da busca ativa. O encontro prossegue até amanhã, dia 23.

Busca ativa

A secretária nacional de Assistência Social do MDS, Denise Colin, destacou que a estratégia da busca ativa rendeu excelentes resultados, com a identificação e inclusão no Cadastro Único de 499 mil famílias em situação de vulnerabilidade. No Ceará, o CadÚnico é coordenado pela Secretaria Estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social.

"A busca ativa nada mais é do que o cumprimento de uma responsabilidade que a política de assistência social já assimilou desde a Constituição de 1988, ao estabelecer como princípios a universalidade do atendimento, a integralidade da atenção e a responsabilidade do setor público de oferecer acesso a serviços continuados e de boa qualidade", disse Colin.

Segundo a diretora do Departamento do CadÚnico do MDS, Letícia Bartholo, o Brasil Sem Miséria trouxe ao Programa Bolsa Família espaço para o aprimoramentos, principalmente em relação às crianças. "Primeiro houve a ampliação do limite de benefícios de três para cinco filhos por família, junto com a criação dos benefícios variáveis para nutrizes e gestantes. Depois, o reajuste do valor destinado aos jovens. Todas essas mudanças têm foco na pobreza extrema".

Tiago Falcão destacou que o CadÚnico tem sido aprimorado para tirar da invisibilidade as pessoas em extrema pobreza e direcionar a elas ações e políticas integradas. Segundo ele, o Brasil não tem um cadastro geral de sua população.

Metas do Plano traçadas até 2014
O Brasil Sem Miséria avança rumo às metas traçadas para 2014, que incluem a expansão da rede de equipamentos e serviços de assistência social, saúde e educação, além da identificação e inclusão no Cadastro Único de outras 300 mil famílias em situação de extrema pobreza. No eixo da inclusão produtiva urbana, o foco é a capacitação para melhoria de renda.

O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), coordenado pelo Ministério da Educação, deverá oferecer um milhão de vagas em cursos de qualificação até 2014, sendo 104 mil até o fim deste mês. Na área rural, 253 mil agricultores familiares já começaram a receber assistência técnica e extensão rural e sementes.

Ferramentas

O Brasil Sem Miséria também pretende levar a 750 mil famílias cisternas para abastecimento de água e para produção agrícola a outras 300 mil. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) deverá chegar a 445 mil famílias que sobrevivem da agricultura.

Além do balanço do Plano Brasil sem Miséria, o MDS apresentou uma nova ferramenta para ajudar gestores estaduais e municipais de assistência social a integrar ações e programas de combate à pobreza extrema.

Batizada de Cecad (Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico), a base da nova ferramenta é o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. A ferramenta permite que os gestores estaduais e municipais façam consultas e tabulações com os dados do cadastro e identifiquem as principais vulnerabilidades da população, a fim de subsidiar os planos de ação. Por meio da Cecad, é possível conhecer a realidade socioeconômica das famílias e ter informações sobre as características do domicílio e o acesso a serviços públicos. (CC)

CAROL DE CASTRO
REPÓRTER

Diário do Nordeste

0 comentários:

Postar um comentário

Todos os comentários são lidos e moderados previamente
São publicados aqueles que respeitam as regras abaixo:

-Seu comentário precisa ter relação com o assunto da matéria
- Não serão aceitos comentários difamatórios
- Em hipótese alguma faça propaganda de outros sites ou blogs

Os Comentários dos leitores não refletem as opiniões do do TR.