quinta-feira, 22 de março de 2012

Lei Geral da Copa fica paralisada

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Henrique Eduardo Alves (PMDB ) disse que sua posição de obstruir a votação foi para ajudar o governo, que perderia se o texto fosse a voto
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
O adiamento significa mais uma derrota para o governo que queria votar o projeto o mais rápido possível
Brasília. Com o apoio da maioria dos partidos da base aliada ao governo, a votação da Lei Geral da Copa foi adiada novamente ontem. O adiamento significa uma derrota política para o governo, que queria votar o projeto ainda nesta semana. Um dos principais fatores para o adiamento é a posição da bancada ruralista, que exige a votação do Código Florestal antes da Lei Geral da Copa.

Durante a votação pela retirada de pauta do projeto da Copa, apenas o PT, PSB, PP, PC do B e PSOL se manifestaram a favor do governo, pela votação ainda ontem. Até o PMDB, principal aliado do Planalto, preferiu obstruir a votação.

Prevendo que seria derrotado, o líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), por fim também liberou a base para votar como quisesse.

O deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder peemedebista, explicou que sua posição foi para ajudar o governo, pois viu que se o texto fosse a voto ontem poderia ser derrotado. "Meu receio era perder. Estou inseguro com relação à votação, queremos ganhar tempo para chegar a um acordo com relação ao Código Florestal", disse.

A derrota acontece em meio à crise na base aliada. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff (PT) trocou seus líderes no Congresso Nacional. Esse foi o primeiro teste do novo líder da Câmara, Arlindo Chinaglia.

Bebidas

No plenário, os ruralistas se uniram à bancada evangélica, que é contra a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, para derrotar o governo.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa de 2014, José Maria Marin, visitou ontem o Congresso Nacional e afirmou que as assembleias legislativas estaduais terão "responsabilidade" no debate sobre a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante os eventos da Fifa.

O texto da Lei Geral da Copa, que vai ser votado na Câmara não fará liberação expressa da venda e caberá a Estados e municípios que têm leis contrárias revogá-las para atender à exigência da Fifa. "No Congresso existe essa consciência dessa responsabilidade. Nas respectivas casas de leis dos respectivos estados vai haver a mesma consciência e a mesma responsabilidade daquilo que é melhor para o Brasil", afirmou Marin. Para ele, o repasse do problema não cria "embaraço" para a organização do Mundial.

Marin reconheceu que podem existir atrasos em algumas obras para o evento. "A crítica de atrasos, algumas, podem até se justificar, mas felizmente a grande maioria dos estádios está seguindo sua construção". Ele disse que os problemas serão sanados. "Eu acredito que no devido tempo tudo estará realizado".

A visita do novo presidente da CBF a Brasília é em busca de acordo político. Ele assumiu o cargo neste mês substituindo Ricardo Teixeira, que ficou 23 anos na função.

A Secretaria Especial da Copa 2014 do Estado do Ceará (Secopa), informou ontem, por meio de nota, que, "caso a decisão do Congresso Nacional seja transferir a responsabilidade sobre a venda de bebidas alcoólicas para os Estados, a Secopa esclarece que não há nenhuma lei de âmbito Estadual que proíba a referida venda em estádios".

Diário do Nordeste

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