quinta-feira, 8 de março de 2012

Nacional: MPF denuncia cinco pessoas por vazamento de questões do Enem

Procuradores Oscar Costa Filho e Maria Candelária
Divulgação
O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) denunciou, após as investigações da Polícia Federal, cinco pessoas responsáveis pelo vazamento de questões da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011. O processo entregue à 12ª Vara da Seção Judiciária do Estado do Ceará pede punições para duas representantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), um representante da Fundação Cesgranrio e dois servidores do colégio Christus.
De acordo com a denúncia, as representantes do Inep, Maria Tereza Serrano Barbosa e Camila Akemi Karino, são acusadas de falsidade ideológica ao negarem oficialmente a impossibilidade de se obter os cadernos de provas do pré-teste. As acusadas alegaram a não mais existência dos documentos, com o objetivo, no entendimento do MPF, de acobertar a extensão do vazamento da prova. A representante da Fundação Cesgranrio, Evelina Eccel Seara, foi responsabilizada por ter disponibilizado os cadernos dos pré-testes aos coordenadores dos colégios escolhidos. Já os servidores do colégio Christus Jahilton José Motta e Maria das Dores Nobre Rabelo foram denunciados pela utilização e divulgação indevida de material sigiloso.
Segundo a procuradora responsável pelo inquérito policial, Maria Candelária Di Ciero, e o procurador federal Oscar Costa Filho, a prova indiciária demonstra que a extensão do vazamento foi para além do colégio Christus e das 14 questões anuladas. "O problema foi maior porque vazaram todos os cadernos. Portanto, não foi de duas, mas de 30 questões. Todos os cadernos tinham perguntas que caíram no Enem", disse o procurador.

Sistema de aplicação é deficiente, diz procurador
Oscar Filho afirmou ainda que o o vazamento das questões aconteceu devido à deficiência no sistema utilizado pelo Ministério da Educação (MEC) para a aplicação das provas. De acordo com ele, o Banco Nacional de Itens (BNI) viola a aplicação correta e segura do Enem. "O que aconteceu em Fortaleza não foi um fenômeno local. Foi uma doença que começou lá do MEC. Não existiam 6000 itens no banco de dados. A prova usa um espelho do pré-teste anterior", disse.
Caso a Justiça considere culpadas as cinco pessoas acusadas do vazamento, os responsáveis não devem receber a pena máxima por serem réus primários. "Eles devem ser punidos com restrições de direitos, multa ou prestação de serviços sociais.
Diário do Nordeste

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