sábado, 17 de março de 2012

ONU pede à Coreia que reconsidere lançar míssil

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Líder norte-coreano Kim Jong-Un inspeciona uma operação do Exército Popular da Coreia. Sua promessa de pôr fim aos testes está sob suspeita
FOTO: REUTERS
Operação está prevista para abril e comemora o centenário de nascimento do fundador da Coreia, Kim Il-Sung
Washington. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o sul-coreano Ban Ki-Moon, pediu ontem que a Coreia do Norte reconsidere o lançamento de um foguete em abril, anunciado por Pyongyang, suspeito de ser um míssil.

Em comunicado, o chefe da organização disse que está "seriamente preocupado" e que o país está sujeito a sanções do Conselho de Segurança da ONU caso decida pela ação militar.

A principal restrição proíbe o uso de tecnologia de mísseis balísticos para fazer qualquer tipo de lançamento. Mais cedo, os Estados Unidos levantaram dúvidas sobre o fornecimento de ajuda alimentar à Coreia do Norte, caso o país mantenha os planos de lançar um foguete de longo alcance.

Se o lançamento for mesmo realizado, "obviamente deve criar tensões que devem tornar mais difícil a implementação de qualquer acordo alimentar", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland.

A Coreia do Norte anunciou ontem que em abril lançará um foguete para colocar um satélite - civil, segundo Pyongyang - em órbita. No entanto, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos consideram o projeto um teste encoberto de míssil balístico, em aberta violação das resoluções da ONU. O regime comunista de Pyongyang fez o anúncio 16 dias depois de ter aceitado suspender os testes nucleares e de mísseis, assim como o programa de enriquecimento de urânio, em troca de 240 mil toneladas de ajuda alimentar de Washington.

A operação está prevista para entre 12 e 16 de abril, para comemorar o centenário de nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung, segundo a agência oficial norte-coreana KCNA.

"Um foguete Unha-3 lançará o satélite de observação terrestre norte-coreano Kwangmyongsong-3, revelou a agência oficial KCNA. Os satélites são necessários para o desenvolvimento econômico do país e fazem parte das atividades pacíficas espaciais", destacou a KCNA.

A Coreia do Norte utilizou argumento semelhante quando lançou um "satélite" no dia 5 de abril de 2009, provocando a condenação do Conselho de Segurança da ONU e um reforço das sanções contra Pyongyang.

Na ocasião, um foguete norte-coreano sobrevoou o território japonês e caiu no Oceano Pacífico. Tóquio, com apoio de Washington e Seul, denunciou na época um teste de míssil de longo alcance.

A reação levou a Coreia do Norte a abandonar, em sinal de protesto, as negociações de desarmamento nuclear entre seis países (Estados Unidos, Rússia, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul e Japão) e a executar um segundo teste nuclear no mês seguinte.

Alerta regional

O anúncio voltou a acionar os alertas regionais e irritou os Estados Unidos, que mantêm tropas na península desde a Guerra da Coreia (1950-1953). O governo dos Estados Unidos considerou uma "provocação" o projeto norte-coreano, por acreditar que na realidade este será um teste de mísseis que ameaça a segurança regional.

"O anúncio da Coreia do Norte de que pretende executar um lançamento de míssil em aberta violação de suas obrigações internacionais é uma grande provocação", afirma a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, em um comunicado.

"Este lançamento de míssil colocaria em risco a segurança regional e estaria em contradição com o recente compromisso norte-coreano de abster-se de lançamentos de mísseis de longo alcance", completa.

Nuland recordou que "as resoluções 1718 e 1874 da ONU proíbem a Coreia de executar lançamentos de mísseis balísticos".

"Pedimos à Coreia do Norte que cumpra suas obrigações internacionais, incluindo todas as resoluções a respeito do Conselho de Segurança da ONU", completa o comunicado, no qual a porta-voz informa que Washington está em consultas com os aliados para estudar a resposta ao anúncio norte-coreano.

O ministério das Relações Exteriores sul-coreano manifestou "grave preocupação". Seul exige que o vizinho "interrompa imediatamente a provocação e acate obrigações internacionais".

Diário do Nordeste

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