Líder
norte-coreano Kim Jong-Un inspeciona uma operação do Exército Popular
da Coreia. Sua promessa de pôr fim aos testes está sob suspeita
FOTO: REUTERS
Operação está prevista para abril e comemora o centenário de nascimento do fundador da Coreia, Kim Il-Sung
Washington.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o
sul-coreano Ban Ki-Moon, pediu ontem que a Coreia do Norte reconsidere o
lançamento de um foguete em abril, anunciado por Pyongyang, suspeito de
ser um míssil.
Em comunicado, o chefe da organização disse que
está "seriamente preocupado" e que o país está sujeito a sanções do
Conselho de Segurança da ONU caso decida pela ação militar.
A
principal restrição proíbe o uso de tecnologia de mísseis balísticos
para fazer qualquer tipo de lançamento. Mais cedo, os Estados Unidos
levantaram dúvidas sobre o fornecimento de ajuda alimentar à Coreia do
Norte, caso o país mantenha os planos de lançar um foguete de longo
alcance.
Se o lançamento for mesmo realizado, "obviamente deve
criar tensões que devem tornar mais difícil a implementação de qualquer
acordo alimentar", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado,
Victoria Nuland.
A Coreia do Norte anunciou ontem que em abril
lançará um foguete para colocar um satélite - civil, segundo Pyongyang -
em órbita. No entanto, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos consideram
o projeto um teste encoberto de míssil balístico, em aberta violação
das resoluções da ONU. O regime comunista de Pyongyang fez o anúncio 16
dias depois de ter aceitado suspender os testes nucleares e de mísseis,
assim como o programa de enriquecimento de urânio, em troca de 240 mil
toneladas de ajuda alimentar de Washington.
A operação está
prevista para entre 12 e 16 de abril, para comemorar o centenário de
nascimento do fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung, segundo a
agência oficial norte-coreana KCNA.
"Um foguete Unha-3 lançará o
satélite de observação terrestre norte-coreano Kwangmyongsong-3, revelou
a agência oficial KCNA. Os satélites são necessários para o
desenvolvimento econômico do país e fazem parte das atividades pacíficas
espaciais", destacou a KCNA.
A Coreia do Norte utilizou
argumento semelhante quando lançou um "satélite" no dia 5 de abril de
2009, provocando a condenação do Conselho de Segurança da ONU e um
reforço das sanções contra Pyongyang.
Na ocasião, um foguete
norte-coreano sobrevoou o território japonês e caiu no Oceano Pacífico.
Tóquio, com apoio de Washington e Seul, denunciou na época um teste de
míssil de longo alcance.
A reação levou a Coreia do Norte a
abandonar, em sinal de protesto, as negociações de desarmamento nuclear
entre seis países (Estados Unidos, Rússia, China, Coreia do Norte,
Coreia do Sul e Japão) e a executar um segundo teste nuclear no mês
seguinte.
Alerta regional
O anúncio
voltou a acionar os alertas regionais e irritou os Estados Unidos, que
mantêm tropas na península desde a Guerra da Coreia (1950-1953). O
governo dos Estados Unidos considerou uma "provocação" o projeto
norte-coreano, por acreditar que na realidade este será um teste de
mísseis que ameaça a segurança regional.
"O anúncio da Coreia do
Norte de que pretende executar um lançamento de míssil em aberta
violação de suas obrigações internacionais é uma grande provocação",
afirma a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, em um
comunicado.
"Este lançamento de míssil colocaria em risco a
segurança regional e estaria em contradição com o recente compromisso
norte-coreano de abster-se de lançamentos de mísseis de longo alcance",
completa.
Nuland recordou que "as resoluções 1718 e 1874 da ONU proíbem a Coreia de executar lançamentos de mísseis balísticos".
"Pedimos
à Coreia do Norte que cumpra suas obrigações internacionais, incluindo
todas as resoluções a respeito do Conselho de Segurança da ONU",
completa o comunicado, no qual a porta-voz informa que Washington está
em consultas com os aliados para estudar a resposta ao anúncio
norte-coreano.
O ministério das Relações Exteriores sul-coreano
manifestou "grave preocupação". Seul exige que o vizinho "interrompa
imediatamente a provocação e acate obrigações internacionais".
Diário do Nordeste



















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