terça-feira, 13 de março de 2012

Oposição da Síria pede intervenção militar externa

Clique para Ampliar
O Conselho Nacional pediu a criação de uma zona de exclusão aérea e ataques contra tropas do governo Kofi Annan avaliou a situação da Síria como perigosa e difícil, mas mantém otimismo
FOTO: REUTERS
Istambul. O Conselho Nacional da Síria (CNS), que reúne vários grupos da oposição ao governo sírio, pediu ontem uma intervenção militar estrangeira "urgente" após relatos de que foram encontrados em Homs 47 corpos de mulheres e crianças mortas em um massacre.

A oposição diz que soldados da força do ditador Bashar al Assad chacinaram os civis, enquanto o governo acusou "grupos terroristas" pela matança. Algumas mulheres foram estupradas antes de serem mortas e várias crianças foram degoladas.

"Nós pedimos uma intervenção militar árabe e internacional urgente" na Síria, disse o líder do CNS, Georges Sabra, que também pediu a criação de uma zona de exclusão aérea sobre todo o espaço aéreo sírio e "ataques" contra as tropas do governo.

Investigadores das Organizações das Nações Unidas (ONU) também informaram ontem que o governo da Síria tem submetido os civis a punições coletivas e suas forças continuam sendo acusadas de perpetrar execuções e prisões em massa no bairro de Baba Amr, em Homs.

Falando ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em nome de um painel independente, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro afirmou que os autores desses crimes precisam enfrentar a Justiça. Ele não deu o nome de nenhum suspeito.

O painel composto por três integrantes, porém, afirmou no mês passado que redigiu uma lista confidencial de suspeitos de estarem por trás dos supostos crimes contra a humanidade, incluindo homicídio e tortura.

Um mês de bombardeio incessante das forças sírias levou morte e destruição a Baba Amr, disse Pinheiro, presidente do painel.

"Aqueles que fugiram da área relataram a ocorrência de execuções sumárias e campanhas arbitrárias de detenção em massa", afirmou o brasileiro em discurso ao fórum de 47 membros, em Genebra, na Suíça.

Segundo ele, a situação humanitária e de direitos humanos está mais desoladora em bairros de Homs, Idlib, Hama, na zona rural de Damasco e de Deraa.

"O que está claro é que os civis continuam a enfrentar a força da violenta disputa. A força usada pelo governo contra grupos armados frequentemente levou à punição coletiva de civis".

Vítimas

A ONU diz que bem mais do que 7.500 pessoas morreram em um ano de protesto contra o governo de Assad. "Entre elas estão mais de 500 crianças e o "número está subindo", disse Pinheiro.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que Assad tome medidas nos próximos dias com relação às propostas da ONU e da Liga Árabe.

O embaixador da Síria na ONU em Genebra, Faysal Khabbaz Hamoui, classificou como "politizado" o trabalho do painel da ONU. "Ele perdeu sua marca legal e ética", afirmou.

Centenas de pessoas participaram ontem em Oyster Bay -Long Island, perto de Nova York - do funeral da jornalista americana Marie Colvin, que morreu na Síria, no dia 22 de fevereiro, e foi lembrada como uma mulher que "acreditava na vida".

Missão
O enviado da Liga Árabe e da ONU à Síria, Kofi Annan, disse que a missão de mediação na Síria está indo no caminho certo, embora a crise não tenha dado sinais de enfraquecimento, afirmou seu porta-voz ontem.

Annan se encontrou com o presidente sírio e com líderes da oposição no fim de semana. O enviado também falou com o chefe da Liga Árabe e com chanceleres da Rússia e da Arábia Saudita, todos envolvidos nas negociações para o fim da crise, disse o porta-voz Ahmad Fawzi.

"Ele ofereceu propostas concretas a Assad para o fim das hostilidades, acesso humanitários e diálogo político e espera ouvir uma resposta em breve", declarou Fawzi.

"A situação é tão ruim e perigosa que nós não podemos nos dar o luxo de falhar", disse o ex-secretário-geral da ONU.

Diário do Nordeste

0 comentários:

Postar um comentário

Todos os comentários são lidos e moderados previamente
São publicados aqueles que respeitam as regras abaixo:

-Seu comentário precisa ter relação com o assunto da matéria
- Não serão aceitos comentários difamatórios
- Em hipótese alguma faça propaganda de outros sites ou blogs

Os Comentários dos leitores não refletem as opiniões do do TR.