sábado, 3 de março de 2012

Política: Problema de gestão afeta SUS

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A deputada Mirian Sobreira defende mais verbas para a saúde, avaliando que o SUS é um sistema bom, mas que não tem financiamento
FOTO: RODRIGO CARVALHO
Para alguns deputados, a baixa qualidade ao atendimento não ocorre apenas por falta de dinheiro, mas de gestão

A saúde foi o tema mais debatido, ontem, no plenário da Assembleia Legislativa, mesmo dia em que a imprensa divulgou o Índice de Desempenho do SUS (IDSUS), estudo realizado pelo Ministério da Saúde que apontou Fortaleza como a cidade brasileira com o quinto pior atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) dentre os municípios com estruturas de saúde pública mais complexas.

Para alguns parlamentares, o problema da saúde não é apenas falta de dinheiro, mas também de gestão. O deputado Carlomano Marques (PMDB) acredita haver um "subfinanciamento" do SUS, o qual julga ser um sistema de saúde perfeito, mas que necessita de verba para poder funcionar na sua plenitude.

Segundo ele, cresce um movimento em torno de uma proposta de iniciativa popular para que 10% da arrecadação bruta nacional seja destinada para o Ministério da Saúde. Carlomano Marques defende uma contribuição própria para a saúde, pois ressalta que o custo é alto para manter esse setor.

O deputado apontou que em Fortaleza, tanto os hospitais Gonzaguinhas quanto os Frotinhas estão funcionado em situação precária. Apesar de ser o vice-líder do governo na Assembleia, o deputado não esconde que o Estado também enfrenta problemas, como a falta de profissionais médicos para o Hospital Regional do Cariri (HRC).

Arrecadação

A deputada Mirian Sobreira (PSB) também defende a necessidade de mais verba para a saúde. Ela avalia que o SUS é um sistema bom, mas que não tem financiamento. Segundo a parlamentar, a sugestão de 10% da arrecadação bruta nacional para o Ministério da Saúde já estava prevista na Emenda 29, mas acabou sendo eliminada pelo PT. A Emenda 29 fixa os gastos obrigatórios do Governo Federal, dos estados e dos municípios com o sistema público de saúde.

Para o deputado Fernando Hugo, o dado divulgado pelo Índice de Desempenho do SUS, mostra que a saúde em Fortaleza não tem nenhum planejamento. Uma prova disso, atesta, é a falta de medicamentos nos postos de saúde da cidade. Conforme o parlamentar, até mesmo medicamentos básicos, como os analgésicos, estão em falta.

Fernando Hugo disse que essa situação está acontecendo porque, há mais de seis meses, a Célula de Atenção Farmacêutica de Fortaleza (Celaf) não vem prestando contas ao Núcleo de Coordenação de Assistência Farmacêutica do Governo do Estado que, por esse motivo, não está fazendo o repasse.

Defesa

O deputado Dedé Teixeira (PT) saiu em defesa da Prefeitura de Fortaleza. Conforme o petista, a atual gestão foi a responsável pela trabalho de equipamento de 120 postos de saúde e por criar o terceiro turno nessas unidades de atendimento.

O líder do governo na Casa, deputado Antônio Carlos (PT), também rebateu as críticas do colega tucano. Conforme o parlamentar, a saúde melhorou bastante durante a administração da prefeita Luizianne Lins, lembrando que foi na atual gestão que aumentou a cobertura do atendimento do Programa de Saúde da Família (PSF). Além disso, ele aponta que o sistema de saúde de Fortaleza não atende somente aos fortalezenses, mas também às pessoas que vem do Interior.
 
Diário do Nordeste

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