O
acordo de Doha, segundo o qual o Hamas e o Fatah formarão um governo de
unidade na Palestina, é visto pelo embaixador israelense como um
empecilho para o avanço das negociações pela paz
FOTO: FABIANE DE PAULA
O
embaixador de Israel no Brasil, Rafael Eldad, disse ontem, em
entrevista ao Diário do Nordeste, que a possibilidade de interferência
militar do governo israelense no Irã é remota. Mas segundo o jornal
israelense Haaretz, na próxima segunda-feira, o premiê de Israel,
Benjamin Netanyahu, pretende pedir ao presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, uma resposta bélica ao avanço do programa nuclear
iraniano.
"Israel não precisa de mais conflitos. Temos problemas suficiente no Oriente Médio. O único problema que há é que o Irã é um regime fundamentalista, agressivo e terrorista e que fala diariamente em fazer desaparecer Israel e, ao mesmo tempo, está tratando de ter armas nucleares. Isso é um cenário de terror para Israel, para o Oriente Médio e para o mundo inteiro", alertou o embaixador.
Na semana passada, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que o Irã está acelerando o ritmo de produção de urânio enriquecido na polêmica usina subterrânea de Fordo. De acordo com o mais recente relatório da agência nuclear das Nações Unidas, Teerã já dispõe de 110 quilos de urânio enriquecido a 20%, a metade da quantidade necessária para fabricar uma bomba nuclear.
"Israel espera que o Irã termine seu programa nuclear. Israel não quer interferir no Irã. A única coisa que buscamos é a segurança dos israelenses", afirmou.
Em sua passagem por Fortaleza, o embaixador israelense também comentou os entraves para a retomada do diálogo de paz entre Israel e a Palestina. Para o diplomata, o problema do Oriente Médio não é apenas territorial, mas se deve à recusa dos palestinos e dos países árabes de reconhecer o direito do povo judeu de ter seu próprio Estado.
Eldad criticou o fato de a Autoridade Nacional Palestina (ANP) ter dado entrada, no ano passado, ao pedido de reconhecimento do Estado Palestino no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Segundo ele, a postura palestina foi unilateral e enfraquece a retomada dos diálogos entre os dois povos, já que a ANP tomou uma decisão sem sentar à mesa de negociações com os israelenses.
Acordos de paz
"A única maneira para chegar ao acordo é sentar-se e negociar um acordo. Israel está aberto, está pedindo constantemente a negociação, mas os palestinos buscam o caminho unilateral. Eles querem o reconhecimento do Estado Palestino sem conversar, sem chegar a um acordo", declarou o embaixador.
O diplomata disse acreditar que as sanções dos Estados Unidos e de Israel à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em resposta ao fato de o órgão ter aceitado a admissão palestina, não provocarão uma retaliação da ANP. Para ele, as medidas dos governos norte-americano e israelense são nada mais que "uma mostra de descontentamento dos países que não aceitam o caminho unilateral".
Outro empecilho visto pelo embaixador de Israel no Brasil para a retomada do processo de paz árabe-israelense é a assinatura, no início de fevereiro, do acordo de Doha, segundo o qual as facções palestinas Hamas e Fatah formarão um governo de unidade, dirigido pelo presidente da ANP, Mahmud Abbas, e formado por tecnocratas independentes, que preparará a realização das eleições e supervisionará a reconstrução de Gaza.
Segundo o diplomata, Abbas deve escolher entre a reconciliação com o Hamas e o "caminho da paz" com os israelenses. "O Hamas continua em sua posição de não reconhecer o direito de Israel existir, não reconhece os acordos assinados e não está disposto a deixar o caminho do terrorismo. Se o Fatah quer se unir com Hamas nessas posições, não reconhecemos essa unidade".
Colônias
Ao mesmo tempo que condena o unilateralismo palestino, o governo israelense tem continuado com o processo de colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Na semana passada, o governo anunciou que aprovará a construção de 500 casas adicionais para judeus na colônia de Shilo, situada entre as cidades palestinas de Ramallah e Nablus, na Cisjordânia. A comunidade internacional considera ilegais todas as colônias nos territórios palestinos.
"As construções não são obstáculos à pacificação. Israel por um momento vive como pode, mas no dia que assinarmos um acordo de paz todos os que são israelenses vão passar para a fronteira", finalizou o embaixador israelense.
Sem acordo, confrontos se intensificam
A paralisação do processo de pacificação entre árabes israelenses tem preocupado a comunidade internacional nos últimos dias. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, cobrou empenho do grupo negociador Quarteto do Oriente Médio - formado por Nações Unidas, Estados Unidos, União Europeia e Rússia - na solução do conflito entre Israel e Palestina.
De acordo com as Nações Unidas, incidentes de violência entre palestinos e ocupantes continuam a acontecer na Cisjordânia, assim como demolições de propriedades de palestinos. No últimos mês, as duas forças de segurança tiveram conflitos em torno de locais sagrados e houve aumento dos foguetes lançados de Gaza para Israel.
"Israel não precisa de mais conflitos. Temos problemas suficiente no Oriente Médio. O único problema que há é que o Irã é um regime fundamentalista, agressivo e terrorista e que fala diariamente em fazer desaparecer Israel e, ao mesmo tempo, está tratando de ter armas nucleares. Isso é um cenário de terror para Israel, para o Oriente Médio e para o mundo inteiro", alertou o embaixador.
Na semana passada, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que o Irã está acelerando o ritmo de produção de urânio enriquecido na polêmica usina subterrânea de Fordo. De acordo com o mais recente relatório da agência nuclear das Nações Unidas, Teerã já dispõe de 110 quilos de urânio enriquecido a 20%, a metade da quantidade necessária para fabricar uma bomba nuclear.
"Israel espera que o Irã termine seu programa nuclear. Israel não quer interferir no Irã. A única coisa que buscamos é a segurança dos israelenses", afirmou.
Em sua passagem por Fortaleza, o embaixador israelense também comentou os entraves para a retomada do diálogo de paz entre Israel e a Palestina. Para o diplomata, o problema do Oriente Médio não é apenas territorial, mas se deve à recusa dos palestinos e dos países árabes de reconhecer o direito do povo judeu de ter seu próprio Estado.
Eldad criticou o fato de a Autoridade Nacional Palestina (ANP) ter dado entrada, no ano passado, ao pedido de reconhecimento do Estado Palestino no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Segundo ele, a postura palestina foi unilateral e enfraquece a retomada dos diálogos entre os dois povos, já que a ANP tomou uma decisão sem sentar à mesa de negociações com os israelenses.
Acordos de paz
"A única maneira para chegar ao acordo é sentar-se e negociar um acordo. Israel está aberto, está pedindo constantemente a negociação, mas os palestinos buscam o caminho unilateral. Eles querem o reconhecimento do Estado Palestino sem conversar, sem chegar a um acordo", declarou o embaixador.
O diplomata disse acreditar que as sanções dos Estados Unidos e de Israel à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em resposta ao fato de o órgão ter aceitado a admissão palestina, não provocarão uma retaliação da ANP. Para ele, as medidas dos governos norte-americano e israelense são nada mais que "uma mostra de descontentamento dos países que não aceitam o caminho unilateral".
Outro empecilho visto pelo embaixador de Israel no Brasil para a retomada do processo de paz árabe-israelense é a assinatura, no início de fevereiro, do acordo de Doha, segundo o qual as facções palestinas Hamas e Fatah formarão um governo de unidade, dirigido pelo presidente da ANP, Mahmud Abbas, e formado por tecnocratas independentes, que preparará a realização das eleições e supervisionará a reconstrução de Gaza.
Segundo o diplomata, Abbas deve escolher entre a reconciliação com o Hamas e o "caminho da paz" com os israelenses. "O Hamas continua em sua posição de não reconhecer o direito de Israel existir, não reconhece os acordos assinados e não está disposto a deixar o caminho do terrorismo. Se o Fatah quer se unir com Hamas nessas posições, não reconhecemos essa unidade".
Colônias
Ao mesmo tempo que condena o unilateralismo palestino, o governo israelense tem continuado com o processo de colonização na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Na semana passada, o governo anunciou que aprovará a construção de 500 casas adicionais para judeus na colônia de Shilo, situada entre as cidades palestinas de Ramallah e Nablus, na Cisjordânia. A comunidade internacional considera ilegais todas as colônias nos territórios palestinos.
"As construções não são obstáculos à pacificação. Israel por um momento vive como pode, mas no dia que assinarmos um acordo de paz todos os que são israelenses vão passar para a fronteira", finalizou o embaixador israelense.
Sem acordo, confrontos se intensificam
A paralisação do processo de pacificação entre árabes israelenses tem preocupado a comunidade internacional nos últimos dias. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, cobrou empenho do grupo negociador Quarteto do Oriente Médio - formado por Nações Unidas, Estados Unidos, União Europeia e Rússia - na solução do conflito entre Israel e Palestina.
De acordo com as Nações Unidas, incidentes de violência entre palestinos e ocupantes continuam a acontecer na Cisjordânia, assim como demolições de propriedades de palestinos. No últimos mês, as duas forças de segurança tiveram conflitos em torno de locais sagrados e houve aumento dos foguetes lançados de Gaza para Israel.
Diário do Nordeste
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