Um dos objetivos do evento é tornar o português, assim como outros idiomas, uma língua oficial da ONU
Limoeiro do
Norte O Brasil sedia, entre os Municípios cearenses de Redenção e
Guaramiranga, o 1º Colóquio Internacional da Língua Portuguesa na
Internet e no Mundo Digital. O evento reúne, de amanhã até quinta-feira,
representantes de todas as nações integrantes da Comunidade de Países
de Língua Portuguesa (CPLP).
Além de
proporcionar a interação entre as comunidades lusófonas, serão
discutidos mecanismos de gestão para o desenvolvimento e difusão da
língua portuguesa na Internet.
Atualmente, o
português é a quinta língua mais utilizada na rede mundial de
computadores, com 221 milhões de falantes. Antes do Brasil, outros
colóquios com diferentes eixos estratégicos foram realizados em
Moçambique, Cabo Verde e Angola, todos países africanos.
A escolha do
Ceará para sediar um dos eventos mais importantes sobre a língua
portuguesa não foi aleatória. O Estado sedia, há menos de dois anos, a
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira
(Unilab). Em cursos nas áreas de ciências exatas, humanas e da saúde, a
instituição abriga cerca de 400 estudantes dos países africanos
Guiné-Bissau, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola e, do
continente asiático, Timor-Leste.
Aprender o
português e vir para o Brasil estudar e, um dia, retornar à sua pátria
com um curso superior é a maior conquista da timorense Brígida da Silva,
de 50 anos, depois de ter sido perseguida e presa em seu próprio país
por simplesmente querer reaprender o português (o Timor-Leste foi
colônia de Portugal e depois da Indonésia). Brígida comunica-se com os
filhos e mata um pouco a saudade pela Internet. "Telefone sai caro, e só
vou ter condições de voltar para lá daqui a quatro anos, quando me
formar", diz.
A Internet é
hoje a maior difusora da língua portuguesa. E de acordo com professor
Gilvan Muller, doutor em linguística e diretor do Instituto
Internacional da Língua Portuguesa (Iilp), existem hoje sete milhões de
falantes de português fora dos países da CPLP, sendo quatro milhões nos
Estados Unidos, 300 mil no Japão, 400 mil no Paraguai e quase um milhão
de falantes na França.
Interação
Antes do
Brasil, já aconteceu em Moçambique, em setembro de 2011, o colóquio
sobre a língua portuguesa nas diversidades linguísticas; em novembro do
mesmo ano, Cabo Verde sediou o colóquio sobre a língua portuguesa nas
diásporas; já no colóquio realizado na Angola em março deste ano, foi
discutida a participação do português nos organismos internacionais.
Uma das grandes
intenções dos colóquio e do Instituto Internacional da Língua
Portuguesa (Iilp) é torná-la língua oficial da Organização das Nações
Unidas (ONU), somando-se às seis línguas oficiais: árabe, chinês,
espanhol, francês, inglês e russo.
Além dos
representantes da cada país de língua portuguesa, o 1º colóquio
internacional sobre no Brasil terá a participação do grupo que ela
elabora o projeto do Vocabulário Ortográfico Comum de Português (VOC).
O colóquio terá
conferencistas de Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde, República
Dominicana, Estados Unidos e Brasil. O evento, que hoje terá apenas
atendimento para a imprensa em Fortaleza, tem abertura e primeira
conferência amanhã, em Redenção. Para as 11h está marcada no Campus
Liberdade, da Unilab, a conferência magistral intitulada "O espaço das
línguas na Internet - panorama e tendências".
Também haverá
mesas de debate. Na quarta e na quinta-feira, o colóquio será no
Contento dos Capuchinhos, em Guaramiranga. Dentre os temas a serem
debatidos estarão propostas de formação para o português digital no
século XXI.
Ao final do
evento, será elaborada a Carta de Guaramiranga, que pautará a II
Conferência Internacional Sobre o Futuro do Português no Sistema
Mundial, que acontecerá em Lisboa, Portugal, no próximo mês de outubro.
Mais informações
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro- Brasileira (Unilab)
Redenção/ CE
Telefone: (85) 3332.1414
MELQUÍADES JÚNIORREPÓRTER
Fonte: DN
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