domingo, 22 de abril de 2012

CÓDIGO PENAL: Comissão aprova alterações

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Juristas participam no Senado da instalação da comissão que está produzindo o anteprojeto do novo Código Penal Brasileiro
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Um relatório preliminar, com mudanças propostas por juristas convocados pelo Senado, foi aprovado

Brasília. Para tentar diminuir a superlotação dos presídios, a comissão de juristas criada pelo Senado para propor mudanças no Código Penal, aprovou na sexta-feira, nos casos de condenação por furto de pequeno porte, a substituição da pena de prisão para o pagamento de multa. Em contrapartida, a comissão aumentou a pena para furto cometido por quadrilha com uso de explosivos, furto de caixa eletrônico por exemplo.

"Reescrevemos o crime de furto, e destacamos a figura do furto básico que não será carcerário, especialmente se for de pequeno valor. Aí estamos propondo a pena de multa", disse o relator da comissão, o procurador regional da República, Luiz Carlos Gonçalves.

Já para os crimes mais graves, os juristas tornaram as penas mais rigorosas. "A conduta de furto muito mais grave, cometido em razão de calamidade, aproveitando a miséria, o crime de furto de coisa pública, o crime de furto no qual há emprego de explosivo, ou de qualquer outro meio que cause perigo comum, essas figuras foram criminalizadas à parte, em figuras de furto qualificado com pena bem mais severa. No caso do furto qualificado, de dois a oito anos, e com uso de explosivo, de quatro a dez anos", declarou.

Também foi redefinido o crime de tráfico de pessoas. A pena foi elevada para prisão de quatro a dez anos, e acrescida a possibilidade de enquadramento quando houver, além da exploração sexual, o tráfico de órgãos e de pessoas para trabalho escravo.

A comissão de juristas também elevou a pena do crime de abuso de autoridade, atualmente máxima de seis meses, para dois a cinco anos de prisão. As propostas de alteração do Código Penal estão no relatório aprovado na sexta-feira.

A comissão está encarregada de elaborar o anteprojeto do novo Código Penal. Segundo Gonçalves, há uma necessidade de se readequar e modernizar o código. "Precisamos reunir toda legislação penal no código. Hoje, temos 120 leis fora do Código Penal, e estamos tentando trazer tudo isso para um Código Penal novo, moderno, adequado e proporcional", destacou o relator.

Os juristas têm prazo até o fim do próximo mês para a aprovação do parecer. Depois de aprovado na comissão, o anteprojeto será transformado em projeto de lei a ser analisado e votado pelo Congresso Nacional e, se aprovado, transformado em lei. 
 
Diário do Nordeste

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