quarta-feira, 25 de abril de 2012

CPI vai pedir ao STF acesso às investigações

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O PT acabou definindo o deputado Odair Cunha (MG) para a relatoria da Comissão. Paulo Teixeira (PT-SP) e Cândido Vaccarezza foram vetados para a função. Ontem, foram anunciados os nomes dos demais membros
FOTO: REUTERS
A Comissão deve elaborar, nos próximos dias, um plano de trabalho a ser seguido por seus membros
Brasília. Na linha de frente da CPI do caso Cachoeira no Congresso, o senador Vital do Rego (PMDB-PB), presidente da comissão, e o deputado Odair Cunha (PT-MG), relator, vão pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso à íntegra das operações da Polícia Federal que investigaram o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Os dois prometem levar as investigações para além do que já foi apurado pela PF, mas descartaram por enquanto criar sub-relatorias para dividir os temas das investigações - como sugerido pela oposição.

"No primeiro momento, não se faz necessário a construção de sub-relatorias. Não vamos começar do zero, mas do inquérito da Polícia Federal", disse Cunha.

Os parlamentares afirmaram que vão manter os documentos da PF em sigilo, já que os inquéritos tramitam em segredo de Justiça. "Eu vou ser guardião. A CPI vai guardar documentos que estão correndo em segredo. A comissão pode incorrer em responsabilidade civil e penal se não mantiver o sigilo", disse Vital.

Cunha prometeu elaborar nos próximos dias um plano de trabalho para as investigações. Ele vai convocar testemunhas, como Cachoeira, mas disse que ainda vai discutir quem deve ser chamado. "É claro que o Cachoeira deve vir. Faremos a oitiva no momento adequado". A CPI deve ser instalada oficialmente hoje com a leitura no plenário do Congresso dos nomes dos deputados e senadores que vão integrar a comissão. São 32 membros titulares e 32 suplentes.

O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que não vê motivo para a CPI respingar no Planalto.

Segundo Vital do Rego, a CPI deve fazer sua primeira reunião hoje para a escolha formal do seu comando. Os dois parlamentares foram indicados pelos seus partidos para a relatoria e a presidência, mas precisam ser eleitos pelo plenário da comissão.

O futuro presidente da CPI disse que vai trabalhar para evitar a "judicialização" dos trabalhos da comissão. "Um requerimento mal elaborado pode cair na mão de um advogado que vai questioná-lo no Supremo", diz.

Além de indicar Odair Cunha vai relatar CPI o PT apontou ainda Paulo Teixeira (PT-SP) e Cândido Vaccarezza (PT-SP) para a comissão. O nome de Vaccarezza enfrentava resistências no Palácio do Planalto para relatar a CPI, enquanto Teixeira foi vetado por parte do partido. Cunha corria por fora com o apoio de parte da bancada.

O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), já havia dito que a palavra final sobre a indicação do relator seria sua. Ele nega que o ex-presidente Lula tenha influenciado na escolha. A CPI teve os nomes de seus membros indicados ontem. Compõem a comissão os senadores: José Pimentel (PT-CE), Fernando Collor (PTB-AL) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

Na Câmara, entre os indicados estão: Miro Teixeira (PDT-RJ) e o Delegado Protógenes (PCdoB-SP).

Delta

Apesar das denúncias de envolvimento com o bicheiro, a empreiteira Delta recebeu somente na última sexta-feira cerca de R$ 5,1 milhões por serviços prestados ao governo federal. Segundo levantamento da ONG Contas Abertas, a empresa já recebeu da União, neste ano, um total de R$ 151,6 milhões. A ONG informa ainda que, na sexta passada, a Delta também recebeu R$ 104 mil para a manutenção de trechos da BR-222, no Ceará.

Diário do Nordeste

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