O
PT acabou definindo o deputado Odair Cunha (MG) para a relatoria da
Comissão. Paulo Teixeira (PT-SP) e Cândido Vaccarezza foram vetados para
a função. Ontem, foram anunciados os nomes dos demais membros
FOTO: REUTERS
A Comissão deve elaborar, nos próximos dias, um plano de trabalho a ser seguido por seus membros
Brasília.
Na linha de frente da CPI do caso Cachoeira no Congresso, o senador
Vital do Rego (PMDB-PB), presidente da comissão, e o deputado Odair
Cunha (PT-MG), relator, vão pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para
ter acesso à íntegra das operações da Polícia Federal que investigaram o
empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Os dois
prometem levar as investigações para além do que já foi apurado pela PF,
mas descartaram por enquanto criar sub-relatorias para dividir os temas
das investigações - como sugerido pela oposição.
"No primeiro
momento, não se faz necessário a construção de sub-relatorias. Não vamos
começar do zero, mas do inquérito da Polícia Federal", disse Cunha.
Os
parlamentares afirmaram que vão manter os documentos da PF em sigilo,
já que os inquéritos tramitam em segredo de Justiça. "Eu vou ser
guardião. A CPI vai guardar documentos que estão correndo em segredo. A
comissão pode incorrer em responsabilidade civil e penal se não mantiver
o sigilo", disse Vital.
Cunha prometeu elaborar nos próximos
dias um plano de trabalho para as investigações. Ele vai convocar
testemunhas, como Cachoeira, mas disse que ainda vai discutir quem deve
ser chamado. "É claro que o Cachoeira deve vir. Faremos a oitiva no
momento adequado". A CPI deve ser instalada oficialmente hoje com a
leitura no plenário do Congresso dos nomes dos deputados e senadores que
vão integrar a comissão. São 32 membros titulares e 32 suplentes.
O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que não vê motivo para a CPI respingar no Planalto.
Segundo
Vital do Rego, a CPI deve fazer sua primeira reunião hoje para a
escolha formal do seu comando. Os dois parlamentares foram indicados
pelos seus partidos para a relatoria e a presidência, mas precisam ser
eleitos pelo plenário da comissão.
O futuro presidente da CPI
disse que vai trabalhar para evitar a "judicialização" dos trabalhos da
comissão. "Um requerimento mal elaborado pode cair na mão de um advogado
que vai questioná-lo no Supremo", diz.
Além de indicar Odair
Cunha vai relatar CPI o PT apontou ainda Paulo Teixeira (PT-SP) e
Cândido Vaccarezza (PT-SP) para a comissão. O nome de Vaccarezza
enfrentava resistências no Palácio do Planalto para relatar a CPI,
enquanto Teixeira foi vetado por parte do partido. Cunha corria por fora
com o apoio de parte da bancada.
O líder do PT na Câmara,
deputado Jilmar Tatto (SP), já havia dito que a palavra final sobre a
indicação do relator seria sua. Ele nega que o ex-presidente Lula tenha
influenciado na escolha. A CPI teve os nomes de seus membros indicados
ontem. Compõem a comissão os senadores: José Pimentel (PT-CE), Fernando
Collor (PTB-AL) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).
Na Câmara, entre os indicados estão: Miro Teixeira (PDT-RJ) e o Delegado Protógenes (PCdoB-SP).
Delta
Apesar
das denúncias de envolvimento com o bicheiro, a empreiteira Delta
recebeu somente na última sexta-feira cerca de R$ 5,1 milhões por
serviços prestados ao governo federal. Segundo levantamento da ONG
Contas Abertas, a empresa já recebeu da União, neste ano, um total de R$
151,6 milhões. A ONG informa ainda que, na sexta passada, a Delta
também recebeu R$ 104 mil para a manutenção de trechos da BR-222, no
Ceará.
Diário do Nordeste
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