quinta-feira, 26 de abril de 2012

ELEIÇÕES DA FRANÇA: Desemprego é tema principal do 2º turno

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Marine Le Pen cobrou que o partido do presidente Nicolas Sarkozy se posicione, quanto a quem apoiará no caso de disputa entre a extrema-direita e os socialistas, nas próximas eleições legislativas que acontecem em junho
FOTO: REUTERS
O candidato socialista François Hollande prometeu intervir para impedir que haja mais demissões na França
Paris. O candidato favorito à eleição presidencial francesa, o socialista François Hollande, prometeu ontem intervir nas empresas para evitar demissões em massa e disse que vai controlar o mercado financeiro se for eleito.
Já o rival de Hollande, o presidente Nicolas Sarkozy, que tentará ser reeleito em 6 de maio, descartou ontem uma aliança com o partido de extrema direita Frente Nacional (FN), de Marine Le Pen, que ficou em terceiro lugar. Sarkozy disse, contudo, que não ignorará as demandas dos eleitores da FN.

Sarkozy, da União por um Movimento Popular (UMP, de centro-direita), luta para se manter no poder, mas as pesquisas de intenção de voto indicam que ele poderá perder no segundo turno para o socialista Hollande, que contesta os cortes orçamentários promovidos por Sarkozy e prometeu novos gastos governamentais.

Hollande destacou sua plataforma de esquerda mais uma vez ontem com o objetivo de conter os temores da população sobre a manutenção dos empregos e dos banqueiros e agências de rating, que responsabilizam a França pela crise financeira e pelo agravamento das perspectivas econômicas do país.

Meios de comunicação dizem que conselheiros de Sarkozy estão pressionando executivos de empresas para que não anunciem grandes demissões durante a campanha presidencial e preveem uma onda de cortes de empregos após a eleição.
Respondendo a esses temores, Hollande disse: “antes que decisões irreparáveis sejam feitas, eu devo intervir”. Ele não explicou como vai evitar a perda de vagas de trabalho ou citou alguma empresa em particular.

As pesquisas indicam que a questão do emprego é a principal preocupação dos eleitores franceses. Os dois candidatos prometeram, durante a campanha, lutar contra o desemprego.

Crítica

Apesar de Sarkozy ter anunciado que não faria acordo com a FN, Hollande denunciou ontem a “corrida” do adversário pelos votos do partido de extrema direita no segundo turno, estimando que uma eventual vitória paga com esse preço abriria um quinquênio de “excesso”. “Há como uma corrida desde a noite de domingo do candidato para buscar - ele diz os eleitores - mas também as teses (da FN) e, portanto, eu lamento essa atitude”, declarou o socialista.

Posicionamento

Le Pen pediu ontem ao presidente Nicolas Sarkozy e ao chefe de seu partido União por um Movimento Popular (UMP), Jean-François Copé, que falem claramente se pedirão ou não o voto dos socialistas em caso de duelo PS/FN nas legislativas de junho. “Evidentemente, existem duas pessoas que devem falar a respeito, o presidente-candidato e o chefe da UMP”, declarou Le Pen. “Ambos devem indicar claramente se pedirão ou não que votem nos socialistas nos distritos nos quais o FN se encontre à frente dos socialistas”, afirmou.

Diário do Nordeste

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