Verdini
foi ao Congresso ontem, não quis revelar o conteúdo dos documentos e
disse que quer preservar os 35 mil trabalhadores da Delta
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Para o ministro da Justiça, suspender a apuração do caso significaria aumento da impunidade no País
Brasília.
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) afirmou ontem que as
informações da Polícia Federal serão liberadas à CPI mista do Cachoeira,
que investiga as relações do empresário de jogos ilegais Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e agentes privados.
Cardozo
rebateu a linha de defesa de envolvidos que tentam desqualificar e
anular as provas da Polícia Federal (PF), por conta de foro privilegiado
ou por reclamações sobre os métodos para interceptações telefônicas.
Para
o ministro, suspender a apuração do caso representaria o aumento da
impunidade. "Não se pode interpretar garantia como privilégio", frisou.
Ele
defendeu a atuação da PF, classificando a Operação Monte Carlo, que
coibiu a atuação do grupo de Cachoeira, como séria. "Eu tenho convicção
que a Polícia Federal agiu no estrito cumprimento da lei", disse.
Cardozo afirma que os agentes da Polícia Federal que são suspeitos de
envolvimento com o esquema estão sendo investigados e, se forem
comprovadas as acusações, serão demitidos. Disse ainda que a orientação
do governo é para agir republicanamente investigando todos os suspeitos,
sem levar em consideração a ligação partidária.
Na primeira
reunião da CPI do caso Cachoeira, o senador Vital do Rego (PMDB-PB) foi
eleito oficialmente para a presidência da comissão. O deputado Odair
Cunha (PT-MG) também foi indicado relator da CPI, responsável por
conduzir os rumos das investigações.
A eleição do vice-presidente
da comissão será realizada em outra reunião, já que ainda não havia
acordo em torno do nome. A oposição reivindica indicação.
A Delta
Construções, do empresário Fernando Cavendish, que ontem anunciou seu
licenciamento do cargo de presidente do Conselho de Administração da
empresa enquanto se realiza uma auditoria externa, quer preservar as 195
obras que realiza no país.
Segundo nota da empresa, o
afastamento de Cavendish e do diretor-executivo Carlos Pacheco, ambos
suspeitos de envolvimento com Cachoeira, tem por objetivo tentar
preservar os mais de 35 mil empregos. O novo presidente da construtora
Delta, Carlos Augusto Verdini, encaminhou ontem à CPI documentos da
empresa que, segundo ele, vão ajudar nas investigações.
Verdini
não quis comentar a prisão de Claudio Abreu ontem em Goiânia (GO)
apontado como membro do esquema. Ele confirmou a realização de uma
auditoria para investigar "todas as práticas de responsabilidade da
diretoria do Centro-Oeste", comandada por Abreu.
Diário do Nordeste
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