A greve dos policiais e bombeiros militares, ocorrida entre dezembro e janeiro últimos, só terminou após uma intensa negociação dos representantes das duas categorias com o Governo. Na paralisação, a população sofreu. (Foto: José Leomar)
As polícias Civil e Federal devem abrir investigações nesta semana para apurar as atividades de um falso advogado e falso policial que vem agindo em Fortaleza. O suspeito, identificado Aníbal Bastos chegou a se passar por representante dos policiais civis durante as negociações da categoria com o Governo do Estado no decorrer da greve da classe, em janeiro último. Bastos chegou a sentar ao lado das autoridades estaduais e se passando como integrante de uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Ceará.
A descoberta do falsário ocorreu somente há poucos dias. A OAB-Ceará e o Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sinpoci) já entraram com representações contra o acusado. Um processo administrativo também foi instalado na Ordem.
Reservado
A presença do falso advogado e falso policial causou, nos últimos dias, um clima de constrangimento entre as autoridades, já que a Ordem dos Advogados do Brasil teve um papel fundamental nas negociações que culminaram com o fim das graves da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar e, posteriormente, na greve deflagrada pelos policiais civis. Ao lado de setores importantes como a Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) e a Defensoria Pública do Estado, a OAB colaborou decididamente nos diálogos com o Governo que deram o fim às paralisações.
As investigações em torno do caso deverão ser instauradas pela Superintendência da Polícia Federal e pela Polícia Civil através do 34º DP (Centro), para onde já foram encaminhadas representações da OAB.
Na direção do Sindicato dos Policiais Civis o caso também repercutiu e a entidade, através do seu setor jurídico, já adotou providências no sentido de que seja apurado o caso e qual seria o objetivo do falsário em atuar nas negociações com os representantes do governo.
A greve dos policiais militares e do Corpo de Bombeiros militar eclodiu no dia 28 de dezembro do ano passado e se estendeu por cinco dias, terminando na madrugada do dia 5 de janeiro, quando, finalmente, as duas categorias fizeram uma assembleia geral e acataram os termos da negociação alinhavada no Palácio do Abolição.
Estiveram presentes na reunião várias autoridades, entre elas, a então procuradora geral da Justiça, Socorro França, diretores das associações que congregam os militares (praças e oficiais), além da OAB-Ceará, Defensoria Pública, procuradoria Geral do Estado (PGE) e das secretarias de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e Planejamento e Gestão (Seplag).
Entre os pontos discutidos e aceitos pelo governo, uma anistia para os policiais e bombeiros que participaram da greve e de outra manifestação que ocorreu um mês antes.
Já os policiais civis entraram em greve após a paralisação dos PMs e Bombeiros. Durante vários dias, as delegacias de Polícia ficaram fechadas, causando muitos transtornos à população, especialmente na elaboração de Boletins de Ocorrência (B.Os.).
Na semana passada, novas negociações entre as categorias e o Governo afastou o risco de uma nova paralisação.
Fonte: Diário do Nordeste
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