domingo, 22 de abril de 2012

Franceses vão às urnas eleger seu presidente

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Os dois principais candidatos monopolizaram as atenções. Sarkozy terá de fazer malabarismos para se eleger. Nunca na história das eleições, realizadas desde 1965, um presidente em exercício perdeu o primeiro turno
FOTO: REUTERS
O principal desafio do próximo mandatário francês é a crise econômica que afeta o continente

Paris Cerca de 44,3 milhões de franceses vão às urnas neste domingo para eleger o presidente da República em postos espalhados no país e territórios ultramarinos, segundo Instituto Nacional de Estátisticas e Estudos Econômicos (INSEE), sigla em francês)

Um total de 1,4 milhão de novos eleitores se registraram desde 2007 para votar nas eleições de 2012. No exterior, cerca de 1 milhão de franceses se registraram para votar em consulados e embaixadas.

Os principais candidatos na disputa são: o atual presidente Nicolas Sarkozy (UMP), que disputa a reeleição, mas está cerca de 14 pontos atrás do candidato socialista François Hollande (PS), hoje favorito; Marine Le Pen (FN); François Bayrou (MD); Jean-Luc Mélenchon (FE); Eva Joly (PV); Nicolas Dupont-Aignan (LR); Nathalie Arthaud, que representa o partido trotskista Lutte Ouvrière (Luta Operária) e Philippe Poutou, que representa o Nouveau Parti Anticapitaliste (Novo Partido Anticapitalista).

Como no Brasil, as eleições presidenciais francesas devem acontecer em dois turnos: o primeiro acontece hoje, 22 de abril, e o segundo no dia 6 de maio. No entanto, se um candidato conseguir a maioria absoluta dos votos - 50% mais um voto - será eleito no 1º turno. O voto não é obrigatório e o mandato do presidente dura cinco anos, podendo ser reeleito apenas uma vez consecutivamente

O principal desafio para o próximo presidente é a crise europeia que afeta o continente e já chegou à 5ª maior economia mundial e 2ª do continente, atrás apenas da Alemanha.

O número de desempregados é o maior desde 1999, afetando 10% da população e a expectativa de crescimento para 2012 é de 0,6%. A decisão da Standard & Poor´s de diminuir a nota de crédito de AAA, a nota máxima, para AA+ mostrou uma leve diminuição na confiança de que a França possa assegurar o pagamento a seus credores.

A imigração também é um tema importante para o eleitor, com o aumento da islamofobia, que resultou na lei que proíbe o uso de véus e demais símbolos religiosos em lugares públicos, e o medo de ataques extremistas como o de Mohammed Merah que matou 7 pessoas em março, em Toulouse.

Pesquisas

Cinco pesquisas de opinião divulgadas na França até sexta indicavam que Hollande, é o favorito. Ele vence quatro dos cenários. Sarkozy, obtém apenas um empate na melhor das hipóteses. Em todos, Hollande varia entre 27% e 30%, enquanto Sarkozy varia de 25% a 27%. Nas projeções de segundo turno, o socialista vence em todos os cenários, com 55% no pior deles e 57% no melhor, contra 43% a 45% obtidos pelo atual presidente.

François Hollande é a antítese de Sarkozy

François Hollande pode ser definido como a antítese de Nicolas Sarkozy. Para além das divergências políticas, tudo no atual presidente se opõe ao candidato socialista à Presidência francesa, homem amável e consensual, mas perseverante, cujos críticos o acusam de suavidade e inexperiência.

Há dois anos Hollande viaja pelo país, e trabalha sua imagem. O homem afável quer se mostrar forte e "tenaz", sua principal qualidade, de acordo com seu amigo, o ex-ministro Michel Sapin. François Hollande afirma que será a "pessoa que pode mudar o país", uma velha democracia considerada "maltratada" pelo exercício brutal do poder do presidente, descrito por ele como "hiperpresidente".

Nicolas Sarkozy foi eleito em 2007 com a proposta de transformar uma França adormecida, mas durante seu mandato, que espera renovar, foi construída uma imagem de um presidente desorganizado e impulsivo, tornando-se o governante mais impopular da V República. Há meses as pesquisas apontam sistematicamente Sarkozy como derrotado, mas o presidente, apesar de reconhecer alguns erros, continua acreditando na vitória. 
 
Diário do Nordeste

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