O Ibama admite que não tem como dar conta da demanda. Até agora, 18 comerciantes foram denunciados, segundo o órgão
FOTO: WALESKA SANTIAGO
Nos boxes da Praia de Iracema, é possível encontrar crustáceos até mesmo fora dos padrões permitidos
Não
é difícil a aquisição de lagosta em alguns dos boxes de pescado
localizados na Praia de Iracema. O interessado pode optar pela lagosta
inteira ou sem cabeça, fresca ou congelada. Em plena vigência do período
de defeso, desde o dia 1º de dezembro até 30 de maio, comerciantes
vendem até as que estão fora dos padrões de captura permitidos, como a
vermelha, com menos de 13 centímetros, e a verde, com 11 centímetros. A
reportagem do Diário do Nordeste pôde comprovar a infração tem, quando
pessoas foram vistas comprando o crustáceo.
Sem se identificar, a reportagem flagrou a abordagem de um cliente feita ao comerciante no momento da aquisição do produto. “Você tem lagosta completa, ou só sem cabeça?”, perguntou. O vendedor respondeu que tinha os dois tipos, sendo R$50,00 o quilo da lagosta “completa” e R$45,00, a sem cabeça.
O coordenador de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis do Ceará (Ibama-CE), Roufran Cacho Ribeiro, afirmou que faz fiscalizações permanentes, embora reconheça não ter como dar conta da demanda.
“Dispomos de 21 fiscais que trabalham
exclusivamente com pesca e temos que monitorar todos os municípios
cearenses. A quantidade de infratores é grande, mas, na medida do
possível, monitoramos tanto as ações em terra como em mar”, afirmou.
Roufran
afirmou que alguns dos comerciantes dos boxes da Praia de Iracema já
foram flagrados e multados. “Todos eles entregaram, no dia 7 de dezembro
de 2011, a declaração do quantitativo de estocagem do crustáceo. No
entanto, eles camuflam o informado, deixando as lagostas frescas em suas
casas. Além disso, eles colocam ‘olheiros’ para denunciar nossa chegada
e escondem a lagosta”, explicou.
O coordenador acrescentou que,
para este ano, no período de defeso, foi informada por 89
estabelecimentos, entre comerciantes dos boxes, proprietários de hotéis e
restaurantes, a estocagem de 140 toneladas de lagosta. Segundo ele,
apesar das dificuldades, foram apreendidos, até agora, 800 quilos do
crustáceo e seis barcos, 69 pescadores foram indiciados e 18
comerciantes denunciados na Polícia.
A pena para quem comercializa
lagosta no período de defeso é de multa de R$ 700 a 100 mil. Corre
processo judicial e o infrator pode pegar de um a três anos de prisão.
Diário do Nordeste
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