quarta-feira, 4 de abril de 2012

Crianças levam cruzes em ato contra situação de moradores de rua no CE

Crianças carregaram cruzes nesta terça-feira (3) pelas ruas de Fortaleza, em protesto do dia de enfrentamento à situação de crianças e adolescentes que vivem nas ruas. As cruzes de madeira carregadas pelas crianças na passeata simbolizavam as cruzes que as crianças moradoras de rua precisam carregar todos os dias, como a violência, a indiferença da sociedade e a fome.
Quase 600 pessoas participaram, entre elas, o educador social Josué Silva, que chegou a viver nas ruas entre oito e 11 anos de idade. “Um educador me ajudou a sair da situação de moradia na rua. Eu também estou ajudando outras crianças que estão morando nas ruas e eu estou podendo ajudá-las”, afirmou.
O governo não sabe informar quantas crianças e adolescentes moram nas ruas do Brasil. Em fortaleza, o único dado é de uma pesquisa feita há dois anos por uma Organização Não Governamental (ONG). O número de crianças nas ruas chegava a quase 200.
A campanha
A tarde desta terça foi marcada por uma manifestação já realizada há sete anos pela campanha nacional “criança não é de rua”. “O parlamento brasileiro, em todos os seus níveis, os gestores públicos, têm de alocar orçamentos para que políticas públicas sejam direcionadas às famílias desses meninos”, defendeu o coordenador da campanha, Adriano Ribeiro.
Em Fortaleza e em outras 15 capitais brasileiras este mesmo ato foi repetido. As cruzes foram deixadas em frente às assembleias legislativas para protestar contra a ausência de políticas públicas voltadas para as crianças de rua. Um pedido ao legislativo para priorizar estas crianças no orçamento público.
Assembleia
Na Assembleia Legislativa do Ceará, os coordenadores da campanha participaram de uma audiência pública com a comissão de direitos humanos, momento em que foi lançado o observatório nacional da campanha, com intuito de levantar dados.
Segundo o secretário executivo nacional da campanha, Manoel Torquato, esses dados vão servir como subsídio para políticas públicas. “No sentido de captar os dados, sistematizar, analisar e gerar conhecimento capaz de suscitar o melhor atendimento para a população”, explicou.
A presidente da comissão de direitos humanos da assembleia, Eliane Novais (PSB), informou que o legislativo estadual vai fortalecer e receber essas informações. “Nós vamos enviar ao governador do estado do Ceará para que a gente comece a fortalecer essa política, tenha compromisso”, acrescentou.

G1 Ceará

0 comentários:

Postar um comentário

Todos os comentários são lidos e moderados previamente
São publicados aqueles que respeitam as regras abaixo:

-Seu comentário precisa ter relação com o assunto da matéria
- Não serão aceitos comentários difamatórios
- Em hipótese alguma faça propaganda de outros sites ou blogs

Os Comentários dos leitores não refletem as opiniões do do TR.