O
ministro José Manuel Garcia-Margalo ao lado do ministro da indústria,
comércio e turismo ministro Jose Manuel Soria disse que a ação foi
arbitrária
FOTO REUTERS
O ministro da Indústria do país europeu diz que serão tomadas medidas legais contra a decisão do governo Cristina
Madri.
O governo espanhol disse ontem que irá adotar medidas claras e
enérgicas contra a decisão da Argentina de assumir o controle da
petrolífera YPF, controlada pela espanhola Repsol. "Essa é uma decisão
terrível", disse o ministro de Relações Exteriores da Espanha, Jose
Manuel Garcia-Margallo, em entrevista coletiva concedida após o anúncio
da expropriação da companhia pela presidente da Argentina, Cristina
Kirchner.
Garcia-Margallo afirmou que a expropriação foi
"arbitrária" e "discriminatória", alertando que a decisão afetou
milhares de acionistas da companhia.
O ministro da Indústria da
Espanha, Jose Manuel Soria, disse que o país vai tomar medidas legais
contra a Argentina nos próximos dias, recorrendo aos tribunais europeus,
mas sem dar detalhes sobre as iniciativas legais do governo espanhol.
Segundo ele, a decisão descumpre um acordo verbal que previa negociações
antes de qualquer decisão.
Os dois ministros estiveram reunidos com o primeiro-ministro Mariano Rajoy ontem para analisar a decisão argentina.
Os
funcionários do governo argentino tomaram o controle da empresa e
substituíram os executivos espanhóis e nativos da companhia.
A
intervenção foi encabeçada pelo subsecretário de Coordenação do
Ministério do Planejamento da Argentina, Roberto Baratta, que até hoje o
único representante do Estado argentino na direção da YPF.
Ele
apresentou uma lista de diretores-executivos que, segundo o governo,
devem renunciar. O subsecretário também ordenou a troca da segurança do
edifício, segundo fontes da petrolífera ouvidas pela reportagem.
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O
alto funcionário argentino se apresentou ontem na sede da companhia, no
bairro portenho de Puerto Madero, minutos depois do anúncio em cadeia
nacional da presidente Cristina Kirchner a respeito da intervenção
imediata da YPF, e o envio ao parlamento de um projeto de lei para
expropriar 51% da empresa, que tem participação (57% do capital social)
da companhia espanhola Repsol.
A presidente decretou que o
ministro do Planejamento, Julio de Vido, assuma a intervenção da
companhia, com o auxílio do ministro da Economia, Axel Kicillof. A
negociação das ações da YPF Repsol foram suspensas na Bolsa de Buenos
Aires após o anúncio da expropriação pelo governo, que declarou a
empresa de "utilidade pública e sujeita à expropriação". De acordo com o
jornal argentino "Clarín", o projeto, intitulado "Da soberania
hidrocarborífera da República Argentina", tem vários pontos em comum com
o texto que havia sido divulgado na semana passada e era analisado por
legisladores, mas incorpora pedidos das províncias produtoras de
hidrocarbonetos.
O primeiro ponto do projeto, de um total de 19,
declara que é "de interesse público nacional e objetivo prioritário o
auto-abastecimento de hidrocarbonetos", além do controle da "exploração,
industrialização, transporte e comercialização" no setor.
Além
da desapropriação de 51% da YPF, o projeto estabelece que o Estado
passará a decidir sobre a "conversão de recursos em reservas e sua
exploração"; sobre a "integração do capital público e privado, nacional e
internacional, em alianças estratégicas"; sobre a "promoção da
exploração e comercialização dos hidrocarbonetos de alto valor e a
exploração racional". Será criado ainda um "Conselho Federal de
Hidrocarbonetos".
Diário do Nordeste
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