Apesar
do cessar-fogo acordado com a Organização das Nações Unidas, que
começou a valer ontem, os rebeldes afirmam que tropas leais ao
presidente Bashar Assad mataram pelo menos cinco civis
FOTO: REUTERS
Genebra/São Paulo. A Organização das Nações Unidas
(ONU) anunciou ontem que enviará 30 observadores à Síria para monitorar o
cessar-fogo no país. A decisão foi tomada a pedidos do enviado especial
da ONU Kofi Annan.
Ele também pediu com urgência para que os
membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas ordenem ao presidente
sírio Bashar al Assad que mande as tropas do governo de volta aos
quartéis. “Tropas e armas pesadas continuam em centros populacionais”,
disse o enviado em vídeo ao Conselho.
O Secretário Geral da ONU
Ban Ki-moon pediu cautela nas ações. Para ele, o frágil cessar-fogo pode
ser revertido por um simples disparo. Susan Rice, a atual presidente do
Conselho, declarou: “Temos um ano de evidências que nos levam a um
enorme ceticismo quanto ao cumprimento do acordo”.
Rice e Annan disseram ao Conselho que receberam relatos não confirmados de que houve violência em algumas cidades depois do início do cessar-fogo, mas que isso era esperado para as primeiras horas do fim de hostilidades, com os partidos “testando uns aos outros”.
Rice e Annan disseram ao Conselho que receberam relatos não confirmados de que houve violência em algumas cidades depois do início do cessar-fogo, mas que isso era esperado para as primeiras horas do fim de hostilidades, com os partidos “testando uns aos outros”.
Mortes
Membros
do Comitê de Coordenação Local (CCL) afirmaram que pelo menos cinco
pessoas morreram ontem, entre elas um menor de idade, pela repressão dos
grupos leais ao regime sírio, nas províncias de Homs (região central do
país) e Idleb (região norte), enclaves dos oposicionistas, apesar de
ontem ter sido o primeiro dia do cessar-fogo acordado com as Nações
Unidas.
Os representantes do CCL detalharam que duas pessoas
morreram devido a um bombardeio na localidade de Al Qosari, em Homs,
enquanto outra foi vítima de um franco-atirador no bairro de Al Baiada,
na capital de mesmo nome dessa província.
Um porta-voz dessa organização disse que outras duas pessoas morreram quando as forças governamentais dispararam contra uma multidão na zona de Yanudiya, em Yirs al Shugur, na província de Idleb, na fronteira com a Turquia.
Um porta-voz dessa organização disse que outras duas pessoas morreram quando as forças governamentais dispararam contra uma multidão na zona de Yanudiya, em Yirs al Shugur, na província de Idleb, na fronteira com a Turquia.
Os
integrantes do CCL acrescentaram que as tropas do regime também abriram
fogo contra uma manifestação em Albukamal, na província oriental lde
Deir al Zur.
Um membro da União de Estudantes Sírios Livres, Yauad
al Jatid, apontou que em Alepo (região norte), a segunda cidade do
país, os corpos de segurança lançaram gás lacrimogêneo contra uma
manifestação estudantil.
Al Jatib relatou ainda que os partidários
do regime dispararam contra os participantes do funeral de um
estudante, falecido na quarta-feira no bairro de Meridian, e prenderam
15 pessoas no local.
Estas informações não puderam ser verificadas
de forma independente devido às restrições impostas pelo regime sírio a
jornalistas.
Cessar-fogo
O cessar-fogo
entrou em vigor na manhã de ontem, às 6h (meia-noite em Brasília),
conforme o plano de paz de Kofi Annan, que estipula o fim das
hostilidades e a retirada das tropas das cidades, entre outros pontos. A
ONU estima que mais de 9.000 pessoas já foram mortas em 13 meses de
violência política na Síria. Damasco diz que rebeldes mataram mais de
2.600 soldados e policiais nesse período.
A televisão estatal
síria anunciou ontem que um artefato explodiu contra um ônibus militar
em Alepo, o que causou a morte de pelo menos um oficial e feriu outras
24 pessoas.
Retirar as tropas das cidades sírias é tão importante quanto um cessar-fogo, disse o enviado da China à ONU, Li Baodong. “Apoiamos integralmente o plano de seis pontos de Kofi Annan e acreditamos que o cessar-fogo é muito importante, assim como a retirada de tropas”.
Já o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, afirmou que o Conselho de Segurança autorizaria o envio de monitores desarmados para Síria nos próximos dias. “É crucial que os monitores estejam no terreno”, disse.
Retirar as tropas das cidades sírias é tão importante quanto um cessar-fogo, disse o enviado da China à ONU, Li Baodong. “Apoiamos integralmente o plano de seis pontos de Kofi Annan e acreditamos que o cessar-fogo é muito importante, assim como a retirada de tropas”.
Já o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, afirmou que o Conselho de Segurança autorizaria o envio de monitores desarmados para Síria nos próximos dias. “É crucial que os monitores estejam no terreno”, disse.
Diário do Nordeste
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