sexta-feira, 13 de abril de 2012

ONU envia observadores para a Síria

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Apesar do cessar-fogo acordado com a Organização das Nações Unidas, que começou a valer ontem, os rebeldes afirmam que tropas leais ao presidente Bashar Assad mataram pelo menos cinco civis
FOTO: REUTERS
Genebra/São Paulo. A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou ontem que enviará 30 observadores à Síria para monitorar o cessar-fogo no país. A decisão foi tomada a pedidos do enviado especial da ONU Kofi Annan.
Ele também pediu com urgência para que os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas ordenem ao presidente sírio Bashar al Assad que mande as tropas do governo de volta aos quartéis. “Tropas e armas pesadas continuam em centros populacionais”, disse o enviado em vídeo ao Conselho.
O Secretário Geral da ONU Ban Ki-moon pediu cautela nas ações. Para ele, o frágil cessar-fogo pode ser revertido por um simples disparo. Susan Rice, a atual presidente do Conselho, declarou: “Temos um ano de evidências que nos levam a um enorme ceticismo quanto ao cumprimento do acordo”.
Rice e Annan disseram ao Conselho que receberam relatos não confirmados de que houve violência em algumas cidades depois do início do cessar-fogo, mas que isso era esperado para as primeiras horas do fim de hostilidades, com os partidos “testando uns aos outros”.
Mortes
Membros do Comitê de Coordenação Local (CCL) afirmaram que pelo menos cinco pessoas morreram ontem, entre elas um menor de idade, pela repressão dos grupos leais ao regime sírio, nas províncias de Homs (região central do país) e Idleb (região norte), enclaves dos oposicionistas, apesar de ontem ter sido o primeiro dia do cessar-fogo acordado com as Nações Unidas.
Os representantes do CCL detalharam que duas pessoas morreram devido a um bombardeio na localidade de Al Qosari, em Homs, enquanto outra foi vítima de um franco-atirador no bairro de Al Baiada, na capital de mesmo nome dessa província.
Um porta-voz dessa organização disse que outras duas pessoas morreram quando as forças governamentais dispararam contra uma multidão na zona de Yanudiya, em Yirs al Shugur, na província de Idleb, na fronteira com a Turquia.
Os integrantes do CCL acrescentaram que as tropas do regime também abriram fogo contra uma manifestação em Albukamal, na província oriental lde Deir al Zur.
Um membro da União de Estudantes Sírios Livres, Yauad al Jatid, apontou que em Alepo (região norte), a segunda cidade do país, os corpos de segurança lançaram gás lacrimogêneo contra uma manifestação estudantil.
Al Jatib relatou ainda que os partidários do regime dispararam contra os participantes do funeral de um estudante, falecido na quarta-feira no bairro de Meridian, e prenderam 15 pessoas no local.
Estas informações não puderam ser verificadas de forma independente devido às restrições impostas pelo regime sírio a jornalistas.
Cessar-fogo
O cessar-fogo entrou em vigor na manhã de ontem, às 6h (meia-noite em Brasília), conforme o plano de paz de Kofi Annan, que estipula o fim das hostilidades e a retirada das tropas das cidades, entre outros pontos. A ONU estima que mais de 9.000 pessoas já foram mortas em 13 meses de violência política na Síria. Damasco diz que rebeldes mataram mais de 2.600 soldados e policiais nesse período.
A televisão estatal síria anunciou ontem que um artefato explodiu contra um ônibus militar em Alepo, o que causou a morte de pelo menos um oficial e feriu outras 24 pessoas.
Retirar as tropas das cidades sírias é tão importante quanto um cessar-fogo, disse o enviado da China à ONU, Li Baodong. “Apoiamos integralmente o plano de seis pontos de Kofi Annan e acreditamos que o cessar-fogo é muito importante, assim como a retirada de tropas”.

Já o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, afirmou que o Conselho de Segurança autorizaria o envio de monitores desarmados para Síria nos próximos dias. “É crucial que os monitores estejam no terreno”, disse.

Diário do Nordeste

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